Covid-19: pico da segunda vaga já foi atingido e índice de transmissão está abaixo de 1 - TVI

Covid-19: pico da segunda vaga já foi atingido e índice de transmissão está abaixo de 1

Embora o risco de transmissão em todas as idades esteja a baixar, a faixa etária 80+ continua a preocupar e ainda tem a incidência mais elevada. Especialistas estimam que os óbitos atingirão um máximo no final deste mês, com uma média de 76 por dia

O responsável pela unidade de investigação epidemiológica do Instituto Ricardo Jorge, Baltazar Nunes, firmou esta quinta-feira, na reunião do Infarmed, que reúne especialistas e decisores políticos que o índice de transmissão a nível nacional está abaixo de 1.

A transmissibilidade tem vindo a decrescer de forma sustentada desde meados do mês de outubro até agora e as várias medidas que foram implementadas, no fundo, são consistentes com este decréscimo. Atualmente, a média do R para os últimos cinco dias, está abaixo de 1, com um valor de 0,99", afirmou o especialista.

"Boas notícias" que espelham a realidade epidemiológica. André Peralta Gomes, da Direção-Geral de Saúde (DGS) afirmou que o pico da segunda vaga foi atingido no passado dia 25 e que a tendência é de descida.

Há uma boa notícia. Há a consolidação de um pico. Atingiu-se a incidência máxima cumulativa no dia 25 e já há uma tendência de descida que esperamos que seja consolidada nos próximos dias", disse o especialista.

Por concelhos, André Peralta referiu que, desde a última reunião do Infarmed, registou-se um agravamento na semana de 22, mas depois, na semana de 29, a tendência foi contrária.

Já há um desagravamento da incidência em vários municípios, nomeadamente na região Norte, onde apesar de ter incidências ainda muito elevadas, já há um decréscimo desta incidência. Por região, o Norte, que continua com incidências mais altas, tem já um padrão de descida claro. A região Centro e Lisboa e Vale do Tejo começam já a esboçar uma tendência de descida, mas ainda há uma tendência crescente, nomeadamente o Alentejo e a Região Autónoma dos Açores", adiantou. 

Relativamente às idades, o investigador adiantou há uma tendência de decrescimento em todas as idades.

Desde 4 de agosto, as incidências começam a aumentar nas populações mais ativas, entre os 20 e os 40 anos, e à medida que se vai progredindo no tempo, as incidências começam a aumentar noutros grupos etários, disse, explicando que a “epidemia se espalha através dos grupos etários”.

Nesta área, André Peralta realçou “uma boa notícia” e “uma um pouco mais preocupante”.

A boa notícia é que o grupo de 60/70 e 70/80 está relativamente protegido em relação aos outros grupos etários, o grupo mais de 80 [anos] é um grupo que tem maior dependência, maior intensidade de contactos e, por isso, tem ainda uma incidência mais alta”.

Relativamente às hospitalizações, o médico e investigador adiantou que apesar de o país já ter "passado o pico das incidências, ainda não há um pico claro nos internamentos”, que disse esperar que “esteja para breve”.

Este delay de atingirmos o pico em novos casos e das hospitalizações é esperado, faz parte da evolução natural da doença”, explicou.

Nas projeções a curto prazo, o professor de Epidemiologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Manuel Carmo Gomes, estima que os óbitos atingirão um máximo no final deste mês, com uma média de 76 por dia.

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