No decorrer da manhã desta terça-feira, acontece em Lisboa, no auditório do Infarmed, a habitual reunião sobre a situação epidemiológica em Portugal.
Baltazar Nunes, responsável pela Unidade de Investigação Epidemiológica do Instituto Ricardo Jorge, fez o ponto de situação sobre a evolução da incidência e transmissibilidade, e revelou que a incidência acumulada a 14 dias encontra-se ainda a níveis considerados extremamente elevados (acima de 980 por 100 mil habitantes).
Entre 25 de dezembro e 4 de janeiro, o R(t) aumentou de forma acentuada levando a um aumento da incidência do vírus na população portuguesa, e consequentemente a um pico de hospitalizações e óbitos.
A estimativa do número de reprodução efetivo (R(t)) foi de 0,82 (média de 30 de janeiro a 03 de fevereiro) e encontra-se abaixo de 1 em todas as regiões, com exceção para a Região Autónoma da Madeira.
Aquando da aplicação do primeiro pacote de medidas em 2021, a 15 de janeiro, observou-se uma redução (redução de 2,7% ao dia) da incidência, que se tornou mais acentuada depois do segundo pacote de medidas, que incluiu o fecho das escolas (redução de 7,8% ao dia).
Esta redução da incidência foi mais acentuada na população de adultos jovens e seniores com mais de 80 anos.
Na sua exposição, o especialista Baltazar Nunes, prosseguiu com a comparação de Portugal ao resto da Europa.
Atualmente Portugal é dos países europeus com medidas mais restritivas de confinamento e apresenta a maior redução de mobilidade na área de retalho e lazer (a 2 de fevereiro)", afirmou.
Por fim, o profissional do Instituto Ricardo Jorge revelou que os "modelos matemáticos informam que é preciso manter as medidas de confinamento equivalentes a março/abril, assim como o fecho das escolas durante mais dois meses".
Estas "recomendações", têm como objetivo levar a ocupação de camas em unidades de cuidados intensivos abaixo dos 200, no início de abril. Assim como, baixar a taxa de incidência acumulada a 14 dias por 100 mil habitantes, para valores inferiores a 60 (~430 casos diários).