Professores «obrigados a trabalhar» para Cambridge School, diz sindicato - TVI

Professores «obrigados a trabalhar» para Cambridge School, diz sindicato

Professores [Foto: Lusa]

Dirigentes do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa vão estar na segunda-feira a apoiar os docentes de inglês

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Dirigentes do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa vão estar na segunda-feira junto de duas escolas para onde foram convocados docentes de inglês, no âmbito da formação para aplicar o teste da Cambridge School aos alunos portugueses.

O Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL) «apoia os professores de inglês, obrigados a trabalhar para a Cambridge School», segundo o comunicado desta entidade a dar conta da presença dos seus representantes junto das Escolas D.Dinis e Francisco Arruda, em Lisboa, na manhã de segunda-feira.

O objetivo da iniciativa é «denunciar a situação e manifestar apoio aos colegas revoltados com esta estranha imposição» de terem de fazer um teste e formação.

Aqueles procedimentos servem para certificar os professores «para aplicar e classificar o PET [Preliminary English Test] aos alunos portugueses, negociado entre o MEC [Ministério da Educação e Ciência] e a Cambridge School, uma empresa privada», salienta o SPGL.

Segundo o SPGL, o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) «convocou os professores de inglês, designados pelos diretores dos Agrupamentos da área de Lisboa, para os próximos dias 16 e 17 de março [segunda e terça-feira], para as Escolas D. Dinis e Francisco Arruda».

Num despacho assinado pelo secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, Fernando Egídio Reis, publicado em Diário da República a 2 de março, e no qual se fixa o regulamento de aplicação, classificação e certificação do teste de diagnóstico de inglês, determina-se que os professores têm de comprovar o seu nível de proficiência na língua inglesa, e que aqueles que não o fizerem terão de prestar provas, realizando um teste de aferição de nível linguístico.

Esta determinação legal motivou críticas de sindicatos e associações de professores de inglês, que consideraram a exigência «ultrajante» e «inadmissível», salientando que a formação superior que receberam, e que os habilita a dar aulas à disciplina, estava a ser posta em causa.

O IAVE respondeu a estas acusações dizendo que «não está em causa a validade das licenciaturas, dos mestrados ou dos doutoramentos ministrados pelas universidades portuguesas, pois a realização do CEPT [Cambridge English Placement Test] é uma prática comum a todos os países onde as formações académicas dos docentes não conferem uma certificação linguística internacionalmente reconhecida».

A Federação Nacional dos Professores já anunciou que vai avançar com um pré-aviso de greve de 7 de abril a 7 de maio, para garantir que os docentes justifiquem a ausência na formação que os certifica a corrigir provas de inglês do Cambridge.

O pré-aviso de greve vai funcionar, «em último caso», para os docentes que vejam recusados os requerimentos «para pedir escusa de trabalho» e para pedir «serviço extraordinário», porque, «se têm trabalho, têm de ser pagos por isso», defendeu o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira.

Os alunos do 9.º ano vão realizar, entre abril e maio deste ano, o teste diagnóstico de inglês.

No ano passado, mais de 100 mil alunos realizaram o «Key for Schools», mas este ano o nível de exigência será superior, já que a prova a aplicar será o PET de Cambridge English Language Assessment.

 
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