Provas de Cambridge não põem em causa licenciaturas dos docentes - TVI

Provas de Cambridge não põem em causa licenciaturas dos docentes

Escola [Foto: Lusa]

O Instituto de Avaliação Educativa considera que a prova «é uma prática comum a todos os países onde as formações académicas dos docentes não conferem uma certificação linguística internacionalmente reconhecida»

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A validade da formação superior dos professores de inglês não é posta em causa com a exigência de prestarem provas perante o Cambridge para poderem corrigir os exames do 9.º ano, defendeu esta quarta-feira o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE).

O IAVE, que coordena a aplicação destes exames, reagiu hoje, em comunicado, às críticas dos últimos dias feitas por sindicatos e associações de professores de inglês, face à exigência legal de aqueles docentes que venham a ser designados para integrar, obrigatoriamente, a bolsa de professores corretores dos exames de diagnóstico de língua inglesa obrigatórios para o 9.º ano de escolaridade.

Num despacho assinado pelo secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, Fernando Egídio Reis, publicado em Diário da República a 02 de março, e no qual se fixa o regulamento de aplicação, classificação e certificação do teste de diagnóstico de inglês, determina-se que os professores têm que comprovar o seu nível de proficiência na língua inglesa, e que aqueles que não o fizerem terão que prestar provas, realizando um teste de aferição de nível linguístico.

Essa determinação legal motivou críticas de sindicatos e associações de professores de inglês, que consideraram a exigência «ultrajante» e «inadmissível», afirmando que a formação superior que receberam e que os habilita a dar aulas à disciplina estava a ser posta em causa.

«Não está em causa a validade das licenciaturas, dos mestrados ou dos doutoramentos ministrados pelas universidades portuguesas, pois a realização do CEPT [Cambridge English Placement Test] é uma prática comum a todos os países onde as formações académicas dos docentes não conferem uma certificação linguística internacionalmente reconhecida», defendeu hoje o IAVE, em comunicado.

De acordo com o IAVE, a elaboração e aplicação dos testes da autoria do instituto da Universidade de Cambridge «estão sujeitas a normas e procedimentos rigorosos».

«Da comprovação do cumprimento destas normas e procedimentos depende a possibilidade daquela instituição produzir resultados e certificados válidos e internacionalmente reconhecidos. A aplicação do Preliminary English Test (PET) está sujeita ao cumprimento daquelas normas, designadamente a frequência de um programa de formação e a certificação linguística formal dos professores classificadores», lê-se no comunicado.

O IAVE sublinha ainda que este tipo de exigências não são estranhas aos professores de inglês que corrigem exames nacionais do ensino secundário.

«Convirá realçar que também a formação dos professores classificadores responsáveis pela classificação dos exames nacionais do ensino secundário, em vigor desde 2010, obedece a procedimentos de certificação que incluem a realização de um teste e a produção de um relatório. Esta formação apresenta fortes semelhanças com o programa de formação dos professores de inglês classificadores do PET», acrescenta o instituto.

Os alunos do 9.º ano vão realizar entre abril e maio de 2015 o teste diagnóstico de inglês.

Tal como no ano passado, a prova é obrigatória para os estudantes do 9.º ano e «facultativa para os restantes alunos».

No ano passado, mais de 100 mil alunos realizaram o Key for Schools, mas este ano o nível de exigência será superior, já que a prova a aplicar será o Preliminary English Test (PET) de Cambridge English Language Assessment.
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