Instituto Ricardo Jorge já detetou 600 mutações no vírus da Covid-19 em Portugal - TVI

Instituto Ricardo Jorge já detetou 600 mutações no vírus da Covid-19 em Portugal

  • Bárbara Cruz
  • Com Lusa
  • 4 jun 2020, 13:38
Fernando de Almeida

Cerca de 90% das mutações são iguais à grande maioria da Europa, revelou esta quinta-feira o presidente do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge

Fernando Almeida, o presidente do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), esteve esta quinta-feira na conferência de imprensa de balanço da pandemia de Covid-19 em Portugal, tendo falado sobre a sequenciação do vírus da Covid-19 que está a ser feita pelo instituto.

O responsável referiu que o INSA já detetou 600 mutações no SARS-CoV-2 mas que este número de mutações "não tem nada de significativo", uma vez que os vírus podem sofrer até duas ou mais mutações por semana, mas assinalou que "cerca de 90 das mutações são iguais à grande maioria da Europa". 

Fernando Almeida disse ainda que o INSA já foi contactado pela OMS para pedir a partilha da investigação e deu pormenores sobre o estudo serológico em Portugal, cujos primeiros resultados preliminares deverão ser divulgados nas primeiras semanas de julho. 

O Inquérito Serológico Nacional Covid-19 está, atualmente, numa primeira fase de recolha de amostras. Esta fase arrancou em 25 de maio e, segundo o presidente do instituto, estima-se que esteja concluída até ao final da próxima semana. O

De acordo com Fernando Almeida, este primeiro estudo será repetido cinco meses depois de concluído. “Depois, de três em três meses, vamos fazer o seguimento para determinar a prevalência de imunização”, esclareceu.

Já o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda  Sales, revelou que cerca de 9.000 testes à Covid-19 foram realizados, até quarta-feira, quase metade num universo de 18.100 trabalhadores que estão a ser testados no âmbito do plano em curso nas empresas da Grande Lisboa.

Nesta fase, concentramos esforços nos rastreios nas empresas da Grande Lisboa e até à meia noite de ontem [quarta-feira] foram feitas cerca de 9.000 colheitas de amostras biológicas nestas empresas”, afirmou o secretário de Estado da Saúde. Estão previstas cerca de 5.000 colheitas para hoje.

António Lacerda Sales afirmou ainda que a reserva de equipamentos de proteção individual está “estável”, precisando que estão disponíveis mais de 30 milhões de máscaras cirúrgicas e mais de seis milhões de máscaras FFP2.

O secretário de Estado aproveitou a conferência de imprensa para informar também que, atualmente, estão inseridos na plataforma ‘Trace COVID’ quase 493 mil utentes, acompanhados por mais de 73.500 profissionais de saúde.

Destes utentes, estão em situação de vigilância clínica cerca de 15.500 pessoas.

Necessário “esperar mais uns dias” para decidir permissão de visitas em hospitais

A permissão de visitas a doentes internados, proibidas devido à Covid-19, será “um processo sequencial”, disse hoje a diretora-geral da Saúde, apontando que é necessário “esperar mais uns dias” para avaliar a evolução dos casos na região de Lisboa.

“Vamos esperar mais uns dias para ver como evolui a situação em Lisboa, se a situação em Lisboa vai ter ou não reflexos no resto do país por esta mobilidade de pessoas que já se viu e depois obviamente serão emitidas orientações para permitir visitas a doentes internados”, disse Graça Freitas.

A diretora-geral da Saúde, que falava também na conferência de imprensa, admitiu que esta é uma questão “sensível” e que pode levantar questões para quem tem amigos e familiares internados em regiões do país com menos incidência de casos, mas garantiu que tal como foram permitidas visitas em lares e prisões, a questão dos hospitais está a ser pensada.

Vai ser um processo sequencial em função da evolução da epidemia que neste momento está predominantemente localizada nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo”, disse Graça Freitas.

O Governo português proibiu as visitas a hospitais a 8 de março.

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