Onze anos depois de ter sido considerado insolvente, João Vale e Azevedo vê a justiça inglesa declarar oficialmente extinta essa mesma insolvência, reconhecendo a incapacidade de cobrar os mais de 60 milhões de euros em dívida que são reclamados ao antigo presidente do Benfica.
Isso mesmo já foi comunicado aos credores, entre os quais o clube da luz, do qual Vale e Azevedo terá desviado qualquer coisa como 15 milhões de euros, de transferências de jogadores e da venda de terrenos. Ao todo há dezenas de vítimas de burlas que o antigo advogado cometeu entre Portugal e Londres, onde vive desde que saiu da prisão.
São assim restituídos todos os direitos a Vale e Azevedo naquele país, podendo agora, por exemplo, voltar a comprar imóveis e carros de luxo em seu nome, sem que as autoridades lhe executem esse património. A expressão inglesa, no documento a que a TVI teve acesso, é "exoneração de insolvência", o que na prática significa um perdão das dívidas de Vale e Azevedo, face à incapacidade da justiça em cobrar essa fortuna.
Em Portugal, só o empresário Pedro Dantas da Cunha continua a ser credor de qualquer coisa como 23 milhões de euros, já com juros, depois de Vale e Azevedo o ter feito perder um prédio no Areeiro, em Lisboa. No nosso país a justiça também se revela incapaz de executar seja o que for a Vale e Azevedo, servindo como exemplo a quinta de Almoçageme, em Sintra, que continua a ser da família mas através de uma empresa para onde foi passado o registo de propriedade.