Procurador do Ministério Público é suspeito de ter ajudado um traficante de droga - TVI

Procurador do Ministério Público é suspeito de ter ajudado um traficante de droga

  • SS
  • 5 dez 2019, 21:48

O magistrado começou a ser investigado em 2018, numa certidão extraída de um processo onde o Ministério Público de Sintra investigava um grupo que introduzia grandes quantidades de cocaína na Europa

A Polícia Judiciária está a investigar um procurador do Ministério Público de Lisboa, suspeito de ter ajudado um traficante de droga num plano de fuga da cadeia.

O magistrado começou a ser investigado em 2018, numa certidão extraída de um processo onde o Ministério Público de Sintra investigava um grupo que introduzia grandes quantidades de cocaína na Europa através de contentores no Porto de Sines.

O cabecilha do grupo, Carlos Rocha Gonçalves, foi preso no final de 2017 e agora o magistrado é suspeito de o ter ajudado com um plano de fuga da cadeia.

A investigação à rede começou em 2015 e, nela, estão incluídas escutas telefónicas onde surgiram por várias vezes referências ao procurador em questão, como alguém a quem teriam sido prometidas "vantagens de expressão pecuniária" para o mesmo ajudar Gonçalves a "obter saídas precárias" da prisão e a elaborar "requerimentos" visando a revisão da pena.

Em declarações ao Jornal de Notícias, o procurador garantiu estar inocente, dizendo "que nunca recebeu nem pediu nada". Disse ainda que só manteve conversas com dois dos arguidos, advogados, para "não ser mal-educado".

O plano de fuga passava pela garantia de que o cabecilha do grupo sairía da cadeia de Alcoentre o mais cedo possível e que fugiria para o Brasil. Já tinha documentos falsos que o identificavam como Narciso Carvalho, um cidadão de nacionalidade brasileira.

Para além das chamadas e mensagens trocadas entre o recluso e vários membros do grupo onde o nome do magistrado era referido várias vezes, o procurador chegou mesmo a encontrar-se com dois dos arguidos no tribunal onde trabalhava e também num bar noturno.

Em sua defesa, o magistrado, investigado no Tribunal da Relação por corrupção passiva, alega que não pode ser responsabilizado por aquilo que os outros dizem dele e que, enquanto procurador, não tinha intervenção nem poder de decisão sobre as saídas precárias ou no recurso da revisão de pena do cabecilha do grupo.

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