Grandes incêndios de 2013 causaram 34,2 milhões em danos diretos - TVI

Grandes incêndios de 2013 causaram 34,2 milhões em danos diretos

Caramulo foi a região que registou mais perdas

Os danos diretos dos cinco grandes incêndios do Caramulo, Picões, Trancoso, Mondim de Basto e Covilhã, ocorridos em 2013, ascenderam a 34,2 milhões de euros (ME), indica um inquérito efetuado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

A soma (34,2 ME) resulta dos valores declarados pelos municípios atingidos e representa 0,02 do Produto Interno Bruto (PIB), tendo a área ardida sido de 27.918 hectares (0,30% do território), refere o INE.

A perda mais significativa verificou-se no incêndio do Caramulo, com 13,9 milhões de euros (40,6% do total), seguindo-se o incêndio de Picões, com cerca de 10 milhões de euros, sendo este o valor aproximado dos prejuízos causados no conjunto dos outros três grandes incêndios (Trancoso, Mondim de Basto e Covilhã).

O relatório refere que no incêndio do Caramulo os danos incidiram sobretudo na perda de potencial florestal (88,8 % do total), tendo o município de Tondela sido o mais afetado.

Em Picões, os danos no potencial agrícola totalizaram 3,8 milhões de euros (37,9 % do total dos danos), com o municipío de Mogadouro a ser o mais afetado.

Quanto aos danos físicos, o incêndio de Picões apresentou a maior área ardida, correspondendo a 46,9 % da totalidade dos cinco incêndios (27.918 hectares). A área ardida atingiu 25.994 hectares, dos quais 51,8 de povoamentos florestais, refere o INE.

O incêndio de Picões consumiu 34,2% de área de povoamentos florestais e 62,4 hectares dos matos afetados pelos cinco incêndios, apresentando uma estimativa de danos relativos à perda do potencial florestal de 5,4 milhões de euros, cerca de 1/4 do total de danos registados na perda de potencial florestal.

No conjunto dos restantes três incêndios de grandes dimensões (Trancoso, Mondim de Basto, Covilhã), os danos em infraestruturas atingiram 1,5 milhões de euros.

Em Trancoso e na Covilhã, os principais danos ocorreram ao nível do potencial agrícola, tendo em Mondim de Basto os impactos sido sobretudo no potencial florestal.

Estes cinco incêndios de grande dimensão afetaram 982 explorações e uma área agrícola de 1.924 hectares, tendo o total dos danos na agricultura rondado os 7,7 milhões de euros (22,4 % dos danos reportados).

Os incêndios afetaram ainda 197 edifícios, havendo a assinalar cinco pessoas desalojadas, estimando-se que neste domínio um impacto direto de 1,5 milhões de euros (não incluindo frações autónomas não residenciais com função agrícola).

Trancosos foi o município que registou mais edifícios afetados (73) e danos de 1,2 milhões de euros, 81,6% dos danos reportados na totalidade dos incêndios.

Por resolução do Conselho de Ministros, foi atribuído ao INE a responsabilidade de realizar um inquérito destinado a inventariar os impactes dos incêndios de grandes dimensões e gravidade, na esfera priva e pública, junto dos municípios atingidos, em articulação com outras entidades.
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