Mãe de Angélico pede perícia à letra e assinatura do cantor - TVI

Mãe de Angélico pede perícia à letra e assinatura do cantor

Angélico (imagem Facebook)

Família quer provar que o jovem, que morreu num despiste em 2011, não era o proprietário do carro

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A família de Angélico Vieira requereu a realização de uma perícia à letra e assinatura do cantor para provar que este não era o proprietário do BMW, ao volante do qual se despistou e morreu, em 2011.

O requerimento consta da contestação da mãe de Angélico, Filomena Vieira, ao pedido de indemnização civil apresentado pela família de Hélio Filipe, vítima mortal no acidente de viação que também matou o cantor, que corre no tribunal de Aveiro.

Na contestação, a família de Angélico, representada no processo pelo escritório de advogados João Nabais, nega que o cantor seja o proprietário do BMW, tal como defende o stand Impocar, que é réu no mesmo processo.

A mãe do cantor garante que a assinatura que consta no documento de compra e venda do veículo, apresentado pela Impocar, não é a de Angélico e acusa Augusto Fernandes, o dono do stand, de ter falsificado o documento.

Esta acusação já motivou a extração de uma certidão para investigação de um eventual crime de falsificação de documentos, que corre termos no Ministério Público da Póvoa do Varzim.

A mãe de Angélico alega ainda que o seu filho «nunca pretendeu adquirir qualquer BMW» e adianta que o cantor estabeleceu um acordo com Augusto Fernandes mediante o qual este disponibilizava veículos de alta cilindrada e, em contrapartida, Angélico fazia publicidade ao stand.

A defesa de Angélico defende ainda que o acidente não ocorreu em virtude de qualquer violação de norma de trânsito, como alegam os pais de Hélio Filipe.

«O veículo não circulava em velocidade excessiva para o local e segurança do tráfego, muito menos que justificasse o rebentamento do pneu, caso este estivesse em boas condições», lê-se na contestação, a que a agência Lusa teve acesso nesta sexta-feira.

A defesa do cantor realça ainda a atuação «ilícita e culposa» de Hélio Filipe, considerando que as lesões que o amigo de Angélico sofreu «não teriam ocorrido caso o mesmo viajasse com o cinto de segurança devidamente colocado».

Por último, entendem que a existir qualquer responsabilidade, terá a mesma de ser «bastante reduzida», porque os valores de indemnização pedidos são «manifestamente exagerados e desajustados».

Os pais de Hélio Filipe intentaram uma ação no Juízo de Grande Instância Cível de Aveiro, contra a mãe do cantor, que responsabilizam pela morte do seu filho, e reclamam o pagamento de 236 mil euros.

A ação visa ainda o Fundo de Garantia Automóvel, o stand Impocar e um antigo proprietário do automóvel.

Os autores consideram que o facto de Hélio não trazer cinto de segurança na altura do acidente, como consta no inquérito, é «irrelevante» para o seu falecimento, concluindo que este facto «deve ser atribuído exclusivamente à extrema violência do embate do veículo que Angélico conduzia e à velocidade em que seguia».

O cantor e ator Angélico Vieira morreu no Hospital de Santo António, no Porto, dias após o acidente que ocorreu na A1, em Estarreja, pelas 03:15 de 25 de junho, provocando também a morte do passageiro Hélio Filipe e ferimentos nas ocupantes Armanda Leite e Hugo Pinto.

As autoridades concluíram que a viatura se despistou na sequência do rebentamento de um pneu, na altura em que o veículo seguia a uma velocidade entre 206,81 e 237,30 km/h e realçam que Angélico, assim como o outro passageiro da frente, seguiam com cinto de segurança.
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