A Ordem dos Médicos repudiou, este sábado, a intenção do Governo de «impedir os profissionais de saúde de falarem publicamente sobre o que se passa nos seus locais de trabalho» e promete apoiar quem denuncie situações prejudiciais para os doentes.
Em comunicado, o Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos reagiu, desta forma, ao projeto de despacho que o Ministério da Saúde elaborou para a criação de um Código de Ética para a Saúde.
No documento lê-se que, «salvo quando se encontrem mandatados para o efeito, os colaboradores e demais agentes da (nome do serviço ou organismo) devem abster-se de emitir declarações públicas, por sua iniciativa ou mediante solicitação de terceiros, nomeadamente quando possam pôr em causa a imagem da (nome do serviço ou organismo), em especial fazendo uso dos meios de comunicação social».
Para a Ordem dos Médicos, «o Governo não só quer destruir o Serviço Nacional de Saúde (SNS), como quer fazê-lo no meio do silêncio e do obscurantismo».
A intenção do Ministério da Saúde é, segundo o Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, «impedir os profissionais de saúde de falarem publicamente sobre o que se passa nos seus locais de trabalho, ainda que os doentes estejam a ser prejudicados e haja défice de resposta dos serviços».
«Este projeto do Ministério não é próprio do Portugal democrático e constitucional e, ao obrigar os profissionais de saúde a guardar absoluto sigilo e reserva sobre o que se passa nas instituições onde trabalham, como se propõe no documento, ou a absterem-se de emitir declarações públicas sobre esses assuntos, pretende-se silenciar os que podem denunciar as situações», acusa a Ordem.
O Conselho Regional do Sul garante que estará «ao lado de cada médico que seja ameaçado por denunciar situações de grave prejuízo para os doentes no seu serviço ou instituição».
Ordem apoia médicos que denunciem casos nos locais de trabalho
- Redação
- CM
- 17 mai 2014, 20:08
OM contra dever de confidencialidade proposto pelo Ministério da Saúde
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