Processo Monte Branco tem mais um arguido

O processo Monte Branco tem mais um arguido, que foi detido para interrogatório no âmbito de 21 buscas realizadas esta semana, entre os dias 4 e 6 de Dezembro, «envolvendo pessoas e sociedades conexas com a actividade de construção civil, compra e venda de imóveis e de consultoria na área financeira», anuncia o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

«As pessoas e sociedades visadas no referido conjunto de diligências não eram apenas as suspeitas de serem as beneficiárias dos fundos, mas também algumas apenas suspeitas de terem tido mera intervenção na sua circulação, sem que o simples facto de terem sido visadas pelas diligências de busca signifique a sua responsabilização no futuro», lê-se na nota enviada à Comunicação Social.

«No âmbito das demais diligências desenvolvidas, foi constituída uma pessoa como arguida, que foi detida e presente a primeiro interrogatório judicial, ficando a mesma a aguardar os ulteriores termos do processo, por ora, na situação de obrigação de permanência na habitação».

Neste processo está em causa «a eventual prática de crimes de fraude fiscal qualificada e de branqueamento de capitais». O DCIAP esclarece que está em causa «um conjunto de movimentos financeiros, ocorridos entre 2006 e 2012, realizados no quadro de um esquema de ocultação da origem dos fundos e da sua conversão em numerário, abrangendo montantes, na sua totalidade, superiores a 30 milhões de euros».

A Procuradoria-geral da República não indica o nome do arguido, mas a imprensa desta sexta-feira dá conta de dois nomes alvos de buscas. Houve diligências feitas em casa e escritório do ex-ministro das Finanças Medina Carreira, que já garantiu não ser arguido no processo e desconhecer os envolvidos; e também diligências em casa e escritório de Manuel Vilarinho, ex-presidente do Benfica. Segundo o jornal «Correio da Manhã», Vilarinho constava da lista de clientes de Francisco Canas. A TVI tentou contactar o antigo presidente do Benfica, mas sem sucesso.

O processo Monte Branco passa agora a ter seis arguidos. Um dos quais é Francisco Canas, conhecido por «Zé das Medalhas», que se encontra em prisão preventiva. Segundo o jornal «Sol», o nome de Medina Carreira terá sido encontrado em documentos de Canas. Em causa transferências do banco UBS, na Suíça, para Portugal, efectuadas desde 2006 e no valor de mais de meio milhão de euros, escreve o semanário.

A nota do DCIAP esclarece que «as pessoas e sociedades visadas no referido conjunto de diligências não eram apenas as suspeitas de serem as beneficiárias dos fundos, mas também algumas apenas suspeitas de terem tido mera intervenção na sua circulação, sem que o simples facto de terem sido visadas pelas diligências de busca signifique a sua responsabilização no futuro».

Notícia atualizada