Quem usa solários tem 20% mais probabilidade de ter cancro de pele - TVI

Quem usa solários tem 20% mais probabilidade de ter cancro de pele

Solário

Conclusão é de um estudo realizado por investigadores franceses e italianos

Os utilizadores de solários têm 20% mais probabilidade de apanhar cancro de pele do que as pessoas que nunca os usaram. Um risco que duplica quando a utilização começa antes dos 35 anos, de acordo com um estudo divulgado esta terça-feira.

O estudo, citado pela Lusa, foi publicado no «British Medical Journal» e resulta do trabalho de investigadores do Instituto Internacional de Investigação Preventiva, em França, e do Instituto Europeu de Oncologia, em Itália, que analisaram os resultados de 27 estudos diferentes sobre cancro de pele realizados na Europa ocidental entre 1981 e 2012.

Os cientistas concluíram que dos 63.942 novos casos de melanoma (a forma mais grave do cancro de pele) diagnosticados anualmente na Europa ocidental, 3.438 (5,4%) - e 794 mortes associadas - estão relacionados com a utilização de solários.

A exposição solar é a causa ambiental mais significativa do cancro de pele e os solários tornaram-se a principal fonte de exposição não solar aos raios ultravioleta na europa ocidental.

Após analisarem 11.428 casos de cancro de pele, os cientistas concluíram que o risco de melanoma decorrente da utilização de solários é de 20%, mas o perigo duplica quando a exposição começa antes dos 35 anos. Além disso, o risco aumenta 1,8% por cada sessão adicional de solário por ano.

Os autores admitem que os primeiros estudos sobre solários subestimaram o risco, porque a utilização daqueles equipamentos era relativamente recente. Mas entre 2005 e 2011 o risco foi aumentando, pelo que estudos futuros poderão demonstrar um risco ainda mais elevado.

Os investigadores citam dados provenientes da Islândia, onde os dias de sol são poucos e onde a incidência de cancro de pele aumentou fortemente após 1990 entre as raparigas jovens. Os casos diminuíram depois de 2000, quando as autoridades impuseram maior controlo sobre a atividade dos solários.

Os autores do estudo defendem, por isso, que são necessárias «ações mais duras» para reduzir a utilização destes equipamentos, já que a indústria tem sido incapaz de se autorregular, tendendo, pelo contrário, a distribuir informação não comprovada que visa enganar os consumidores.

Advogam que a utilização de solários por menores de 18 anos deve ser restringida e que devem ser proibidos os espaços onde se faz solário sem supervisão, medidas implementadas em Portugal desde 2005.
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