O presidente da Academia das Ciências de Lisboa, Adriano Moreira, afirmou esta quinta-feira não recear um peso excessivo do Brasil sobre a Língua Portuguesa, recordando que são os milhões de falantes brasileiros que dão força ao português no mundo, noticia a Lusa.
«Felizmente para a Língua Portuguesa, o Brasil tem muito mais falantes de português do que Portugal. Se não fossem eles, a Língua Portuguesa era muito limitada em termos de pessoas que a falam», afirmou.
«A língua não é nossa, mas também é nossa», frisou Adriano Moreira, que falava à Lusa em Bragança, onde participa no VII Colóquio da Lusofonia. «Ninguém domina a evolução da língua. Não tenho confiança nos tratados e nos acordos porque a língua é viva e temos que aceitar que existe uma unidade plural», defendeu.
Nesse sentido, considerou ser necessário «aceitar que o Brasil, neste momento, é a grande força para a intervenção da Língua Portuguesa no mundo».
Relativamente ao acordo ortográfico, Adriano Moreira escusou-se a falar de questões como os receios quanto ao domínio da grafia brasileira, mas frisou que qualquer acordo deste género «não pode ter a ambição de querer dominar a evolução de um instrumento tão vivo como é a língua».
«Defendo que não chega fazer acordos. Eles são importantes, mas não podemos esquecer que, para serem eficazes, precisam de recursos humanos e financeiros», afirmou.
Acordo: «Não há que recear peso do Brasil»
- Redação
- CLC
- 2 out 2008, 19:33
Adriano Moreira recordou que são os milhões de falantes brasileiros que dão força ao português no mundo
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