Casa Pia: Cruz, Diniz e Abrantes na mira do MP - TVI

Casa Pia: Cruz, Diniz e Abrantes na mira do MP

Carlos Cruz à chegada ao Tribunal de Monsanto

Alegações finais não terminaram, mas já foram considerados «provados» dois crimes contra Cruz, três contra Abrantes, nove contra Ferreira Diniz e mais de 100 contra Bibi

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Actualizado às 23h59

O Ministério Público considerou, esta quarta-feira, no terceiro dia de alegações finais do processo Casa Pia, que foram provados em tribunal dois crimes contra Carlos Cruz, três contra Manuel Abrantes, nove contra Ferreira Diniz e mais de 100 contra Carlos Silvino.

«Bibi» pediu para falar outra vez

Durante a sessão da tarde, o procurador, João Aibéo, defendeu várias vezes as testemunhas do processo, afirmando mesmo que, se as vítimas «estão a mentir, devo reconhecer que estamos perante uma verdadeira associação criminosa, daquelas que conseguem ser condenadas nos tribunais portugueses».

Apesar de ter admitido que «mentir é sempre possível, mas enfeitada com pormenores destes? Francamente...», desabafou João Aibéo, após relatar alguns depoimentos dos jovens.

Os «conhecidos» de Carlos Cruz

O procurador referiu dois crimes, dos seis no total, pelos quais Carlos Cruz está acusado. Ambos teriam ocorrido na casa da Avenida das Forças Armadas, em Lisboa. O MP considerou que «foi absolutamente patente que houve uma concertação», relativamente a um grupo de testemunhas de uma empresa localizada no referido prédio. A mulher do dono da empresa, exemplificou João Aibéo, «trabalhou oito anos na CCA», uma empresa de Carlos Cruz. Desta forma, pretendeu levantar dúvidas sobre a credibilidade das afirmações destas pessoas.

«Para mim, essa certeza [dos abusos na casa da Avenida das Forças Armadas] existe, isso aconteceu», disse João Aibéo para logo acrescentar que dava «como provados» dois crimes de abuso sexual alegadamente cometidos pelo apresentador de televisão.

Manuel Abrantes e Ferreira Diniz

Manuel Abrantes está acusado de 50 crimes, mas até ao momento o MP só referiu três, desses crimes, e considerou-os «provados». Já Ferreira Diniz, identificado pelas vítimas como «o médico do Ferrari», está pronunciado com 18 acusações. Todos os nove crimes mencionados nas alegações finais do procurador foram considerados também «provados».

Sobre Carlos Silvino, o arguido com mais crimes, 634 ao todo, o MP considerou terem ficado «provados em tribunal», até ao momento, 105 crimes (cinco por lenocínio e 100 de abusos sexuais).

Os crimes de todos os arguidos

Carlos Silvino: está pronunciado por 634 crimes.

Carlos Cruz: está pronunciado por seis crimes.

Jorge Ritto: está pronunciado por nove crimes de lenocínio e dois de abusos.

Ferreira Diniz: está pronunciado por 18 crimes de abusos.

Manuel Abrantes: está pronunciado por 50 crimes sexuais.

Hugo Marçal: está pronunciado por 36 crimes de lenocínio e abusos.

Gertrudes Nunes: está pronunciada por 35 crimes de lenocínio.

MP não termina alegações

A demora nas alegações finais do Ministério Público levou o tribunal a prolongar a sessão pela noite dentro, numa maratona de mais de 12 horas. No entanto, o MP não terminou as suas alegações finais e vai continuá-las no próximo dia 9 de Dezembro.

No final da audiência desta quarta-feira, Ricardo Sá Fernandes entregou um requerimento em tribunal, a pedido de todas as defesas dos arguidos (excepto a de Bibi), solicitando que fosse junto aos autos um DVD com a gravação de uma reportagem da TVI transmitida no domingo passado, dia 23 de Novembro.

O MP e a defesa das vítimas, pela voz de Miguel Matias opuseram-se. Ambos consideraram «desnecessário e até impertinente» o requerimento. Miguel Matias foi mais longe e acrescentou que «também podia ser tóxico para os autos».

Já a defesa de Carlos Silvino não prescindiu do prazo legal a que tem direito para se pronunciar sobre a junção.
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