GNR e PSP usaram taser pelo menos nove vezes - TVI

GNR e PSP usaram taser pelo menos nove vezes

Pistolas «Taser»

Amnistia Internacional alerta que estas armas eléctricas podem matar

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A PSP e a GNR usaram as armas eléctricas taser, pelo menos, nove vezes desde 2006, disseram esta terça-feira fontes das forças de segurança, que garantiram que só são usadas por pessoal com formação específica e em situações excepcionais, noticia a Lusa.

Segundo dados das duas forças de segurança, a PSP dispõe de 76 taser a nível nacional e já utilizou esta arma eléctrica, pelo menos, uma vez, enquanto a GNR tem 12 e já recorreu a este método oito vezes.

As armas eléctricas taser começaram a ser usadas pela Polícia de Segurança Pública (PSP) e Guarda Nacional Republicana (GNR) há cerca de dois anos.

A Amnistia Internacional, num relatório sobre a utilização destas armas nos Estados Unidos divulgado esta terça-feira, alertou que as taser podem matar e o seu recurso pelas autoridades policiais deve ser reservado a situações extremas.

Segundo a organização de defesa dos Direitos Humanos, 334 pessoas foram mortas nos Estados Unidos entre 2001 e Agosto de 2008 depois de terem recebido uma descarga eléctrica de uma taser.

«Último recurso»

O comandante da Companhia de Operações Especiais da GNR, capitão António Quadrado, disse à Agência Lusa que as taser só são utilizadas «em último recurso antes de se recorrer às letais».

Na GNR, estas armas são utilizadas pelos efectivos das Operações Especiais, que têm formação específica e obedecendo a um regulamento que estabelece em que circunstâncias a taser pode ser utilizada, adiantou.

O responsável referiu que as taser não podem ser utilizadas em crianças, mulheres grávidas, meios aquáticos e com suicidas.

O capitão António Quadrado sublinhou que as taser, que permitem uma imobilização do adversário sem pôr em causa a sua integridade física, não devem ser utilizadas abusivamente.

Até agora não se registou qualquer dano directo por causa da utilização destas armas, tendo ocorrido efeitos secundários devido às quedas das pessoas atingidas, referiu.

Caso mais mediático

Como exemplo, referiu que das oito vezes que a Guarda recorreu à taser, a mais mediática foi no caso dos dois reclusos que em 2006 fizeram refém um padre no Estabelecimento Prisional de Vale dos Judeus, no distrito de Lisboa.

Na ocasião, um dos reclusos foi atingido nas costas, tendo caído e batido com a cabeça no chão.

Segundo o porta-voz da Direcção Nacional da PSP, comissário Paulo Flor, a utilização das tasers é ministrada pela Unidade Especial de Polícia no âmbito do curso de formação de formadores em Técnicas de Intervenção Policial (TIP).

«A PSP tem um regulamento que define as regras sobre os limites do uso de meios coercivos, onde estão incluídos os meios menos letais, tais como as tasers e o gás pimenta», adiantou à Lusa.

De acordo com o mesmo responsável, a formação sobre a utilização das tasers é ministrada nos comandos onde já estão disponíveis.

Segundo a Polícia de Segurança Pública, esta arma foi utilizada pela PSP «pela primeira vez» no ano passado, na Área Metropolitana de Lisboa, «não tendo resultado qualquer mazela física na pessoa que foi sujeita à taser».
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