Joana Marques Vidal foi questionada, em entrevista à Rádio Renascença e ao «Público», diretamente sobre as alegadas violações do segredo de justiça no caso de José Sócrates, que ainda esta segunda-feira foi ouvido em tribunal sobre este assunto.
«O Ministério Público e a procuradora-geral têm ficado indignados e, mais do que isso, têm tentado de todas as formas, por um lado, reagir a essa violação do segredo de justiça, instaurando os respetivos processos-criminais, e, em termos internos, apelando para que não se verifique essa violação».
Segundo a PGR, os «contactos mais próximos» ou «deslizes» dos magistrados já estão «muito limitados».
«Posso garantir, em termos internos, que o MP tem feito um grande esforço para que adote procedimentos tendo em vista estas violações, mas não tem conseguido (…) Neste momento, se havia magistrados que pudessem ter contactos mais próximos e alguns deslizes que iriam provocar uma violação do segredo de justiça, considero que, ao nível dos magistrados do MP, isso está muito limitado, para não dizer que não existe».
Questionada sobre se essas violações podem ter origem no próprio Ministério Público, como alega a defesa de Sócrates, Joana Marques Vidal admite essa possibilidade.
«Seria um atrevimento da minha parte garantir que não há nenhuma fuga da parte do MP. Mas posso garantir que, atualmente, a existir, elas são muito mais limitadas».
A PGR recusou que o processo de Sócrates seja diferente ou que o fator político tenha peso. Joana Marques Vidal garantiu ainda que «não há timings políticos» na atuação do Ministério Público.
Esta terça-feira, o ex-primeiro-ministro ficou a saber que irá ficar pelo menos mais três meses em prisão preventiva.«Para o MP, as consequências políticas não são tidas em atenção. É tida em atenção a repercussão pública. Este caso é tão importante como outros que temos em investigação».