João Araújo falava aos jornalistas, esta sexta-feira, à saída do Estabelecimento Prisional de Évora, depois de uma vista ao ex-primeiro-ministro.
"Seis meses de prisão sem acusação, sem factos, sem provas. Um caso que foi anunciado como sendo sólido, cheio de provas, uma solidez a toda a prova e estamos assim. O máximo que se conseguiu foi prender pessoas, não há mais nada", disse João Araújo.
O advogado diz que está “desagradado” com a forma como todo o processo está a ser desenvolvido, afirmando, mesmo, que este caso o “enoja” e “envergonha”.
Araújo diz que soube que José Sócrates vai ficar detido mais três meses pela “primeira página do Correio da Manhã", em vez de ter sido informado pela Justiça. O advogado diz que "enquanto não for notificado" oficialmente, a decisão não tem qualquer valor.
"Enquanto não for notificado, não sei de nada. (...) Eu não sou advogado do engenheiro José Sócrates, sou membro da Ordem dos Advogados e como tal faço parte desta Justiça. Esta Justiça que me envergonha. (...) Transformar este doloroso processo (...) num espetáculo pífio, chulo, com decisões desta natureza, desta gravidade, [a serem] comunicadas através de um jornal é algo que me envergonha como membro da Ordem dos Advogados".
João Araújo disse, ainda, que o Segredo de Justiça neste processo está a ser usado para esconder a falta de provas e para dar privilégio a "um jornal".
"O Segredo de Justiça mantém-se porque convém. Convém para esconder a total ausência de factos e de provas [e] para manter o privilégio de um jornal".