Advogados de Sócrates: suspeita sobre Ricardo Salgado é "falsa e absurda" - TVI

Advogados de Sócrates: suspeita sobre Ricardo Salgado é "falsa e absurda"

  • Tomásia Sousa
  • 19 jan 2017, 13:18
João Araújo e Pedro Delille [Lusa]

Defesa do antigo Primeiro-ministro emitiu um comunicado onde reage à constituição do o ex-banqueiro como arguido

A constituição de Ricardo Salgado como arguido na “Operação Marquês” é “falsa, injusta e absurda”, frisou a defesa de José Sócrates.

A dupla de advogados que defende o antigo Primeiro-ministro, João Araújo e Pedro Delille, emitiu um comunicado onde reagiu aos últimos desenvolvimentos do processo, nomeadamente a suspeita que recai sobre o Grupo Espírito Santo.

Não passa de mais um insulto como todas as anteriores”, refere o comunicado, que enumera o Grupo Lena, Parque Escolar, Angola, Venezuela, Argélia, Vale do Lobo. “É uma falsidade que [Sócrates] seja dono, que tenha tido acesso ou sequer conhecimento de qualquer conta bancária na Suíça”.

Os advogados consideram ainda “absolutamente falso” que o Governo de Sócrates tenha beneficiado Ricardo Salgado ou o Grupo Espírito Santo e reiteram que o Ministério Público mantém “ilegalmente aberto” um inquérito “que já ultrapassou todos os prazos de validade”.

O processo à ordem do qual José Sócrates foi detido e preso, com grande espetáculo, há mais de um ano sem acusação. E agora, depois de ter ilegalmente violado por quatro vezes o prazo máximo de inquérito, prepara novo pretexto para uma nova prorrogação e para continuar uma investigação que, visivelmente, não sabe já o que fazer”, lê-se ainda no documento, que descreve este último desenvolvimento como “desespero”.

Ricardo Salgado foi ouvido, nesta quarta-feira, no âmbito da "Operação Marquês", na condição de arguido, deixando, ao início da noite, o tribunal sob três medidas de coação, nomeadamente o impedimento de se ausentar do país e de contactar outros arguidos no processo. 

O antigo presidente do BES está indiciado por factos suscetíveis de integrarem os crimes de corrupção, abuso de confiança, tráfico de influência, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada.

Segundo a PGR, a 'Operação Marquês' conta com 20 arguidos, 15 pessoas singulares e 5 coletivas, incluindo Sócrates, o ex-ministro socialista Armando Vara e o empresário Carlos Santos Silva, entre outros.

Dois anos após o início da investigação, que a 20 de novembro de 2014 fez as primeiras detenções, a investigação do Ministério Público deverá estar concluída a 17 de março.

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