Tancos: Ex-comandante confirma que não houve rondas na noite do furto - TVI

Tancos: Ex-comandante confirma que não houve rondas na noite do furto

  • CE/Atualizada às 22:09
  • 23 jan 2019, 20:02
Coronel de Engenharia, João Paulo de Almeida

Declarações do coronel João Paulo de Almeida na comissão parlamentar de inquérito, onde assumiu que "erro humano" no inventário explica porque se encontrou uma caixa de munições a mais na Chamusca

O comandante do Regimento de Engenharia n.º 1 (RE1), responsável pela segurança no dia do furto de Tancos, confirmou esta quarta-feira que não foram feitas rondas aos paióis de armamento na noite do roubo, em 2017.

Na audição na comissão parlamentar de inquérito ao furto de Tancos, o coronel João Paulo de Almeida afirmou ser um “facto inegável” que o RE1 tinha “a missão de garantir a segurança” e “não cumpriu a missão a 100%”.

Se não, não tinha havido a intrusão”, afirmou o coronel de infantaria aos deputados da comissão.

E já quanto às rondas, que o jornal Público noticiou, em 2017, que não foram feitas durante 20 horas no dia do furto, o oficial admitiu que não foram feitas entre o “início da noite de dia 27 [de junho] e o início da tarde de dia 28 [de junho]”.

"Erro humano"

O ex-comandante do Regimento de Engenharia n.º 1 (RE1) justificou ainda com “um erro humano” no inventário a caixa de munições a mais encontrada na Chamusca, de material militar furtado dos paióis de Tancos, em 2017.

No seu relato, houve um exercício com material de um dos paióis do regimento (precisamente os dois assaltados) e não foi registada uma caixa, “no dia seguinte”, quando o material regressou ao depósito.

Foi um erro humano”, afirmou.

O furto do material militar, entre granadas, explosivos e munições, dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017 e parte do equipamento foi recuperado quatro meses depois.

Entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, em 18 de outubro de 2017, num local a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do que tinha sido furtado, o que foi desvalorizado pelo Exército e atribuído a falhas no inventário.

O caso do furto de armas em Tancos ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sete militares da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do roubo.

A comissão de inquérito para apurar as responsabilidades políticas no furto de material militar em Tancos tem previstas audições a mais de 60 personalidades e entidades, vai decorrer até maio de 2019, e é prorrogável por mais 90 dias.

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