João Rendeiro continua imune aos mandados de captura europeus e internacionais emitidos pela justiça portuguesa e, sabe a TVI, ainda na última semana viajou de avião, entre dois continentes, num voo particular a bordo de um jato privado.
Estava perto da Europa, num fuso horário quase idêntico ao português, e encontra-se agora distante – sem que a justiça, no entanto, ainda o tenha conseguido localizar. E permite-se a viajar de avião entre países porque, com engenho e capacidade financeira, explora as fragilidades no controlo da identidade de passageiros em voos particulares.
De resto, na procura do rasto do antigo patrão do BPP, com 5 anos e oito meses de prisão para cumprir, depois da fuga anunciada, o tribunal judicial de Lisboa distribuiu ofícios pelas autoridades aeroportuárias no sentido de tentar perceber que viagens fez Rendeiro nos últimos meses. A resposta da Autoridade Nacional de Aviação Civil, a que a TVI teve acesso, chegou no último dia 12 e é simples: “A ANAC não recebe listagens com identificação dos passageiros transportados pelas transportadoras aéreas que operam de e para Portugal”.
Já o diretor do aeródromo de Tires, de onde levantam e onde aterram os jatos privados na Grande Lisboa, diz não ter qualquer registo com o nome de João Rendeiro "nos últimos 60 dias".
Mulher de Rendeiro já entregou parte das obras de arte desaparecidas
Entretanto, a TVI sabe que a mulher de Rendeiro já entregou na Polícia Judiciária parte das obras de arte desaparecidas, embora não na totalidade.
Recorde-se que Maria de Jesus Rendeiro é a fiel depositária desses bens que estavam apreendidos, e por isso será interrogada esta sexta feira em tribunal. Arrisca ser constituída arguida por crimes como descaminho.