Graça Freitas explica toma da vacina da Janssen: "É uma opção das pessoas" - TVI

Graça Freitas explica toma da vacina da Janssen: "É uma opção das pessoas"

  • João Guerreiro Rodrigues
  • com Lusa
  • 5 mai 2021, 11:34

A diretora-geral da Saúde explicou que, no local, as pessoas receberão um folheto informativo com toda a informação necessária para tomarem uma decisão informada

Graça Freitas explicou esta terça-feira como vai funcionar na prática a norma publicada pela Direção-Geral da Saúde sobre a vacina da Janssen, que permite as pessoas com menos de 50 anos de poderem dar o consentimento informado para a administração desta vacina.

A diretora-geral da Saúde explicou que, no local, as pessoas receberão um folheto informativo com toda a informação necessária para tomarem uma decisão informada e, se quiserem ser vacinas, serão vacinadas. Caso queiram aguardar por “novos dados e nova informação” que permita outra vacina, serão convocados para a vacinação.

É uma opção das pessoas, devidamente informada. Como sabem, o risco é mínimo, portanto, se uma pessoa assumir a título individual que não se importa de ter um risco infinitamente pequeno, pode fazê-lo”, explicou.

Relativamente à vacina da AstraZeneca, recomendada para pessoas acima dos 60 anos, Graça Freitas afirmou que a Agência Europeia do Medicamento licenciou a vacina, que está autorizada para qualquer idade, acima dos 18 anos.

Se está autorizada para acima dos 18 anos ser administrada a primeira dose, em coerência com essa autorização, também está a segunda”, salientou.

A diretora-geral de Saúde falou ainda sobre a atual situação do plano de vacinação, sublinhando que mais de 260 mil portugueses já receberam a primeira dose e mais de 900 mil, a caminho do milhão, já receberam a segunda dose. Graça Freitas acredita ainda que o plano vai estar pronto para "aumentar o ritmo" da administração de vacinas.

Portugal tem estado a dar as vacinas todas que vai recebendo. Só a partir desta semana e da próxima é que vamos ter vacinas suficientes para aumentar o ritmo de vacinação”, esclareceu.

A diretora-geral da Saúde destacou ainda o número de pessoas já vacinadas em Portugal, sublinhando que “o nosso país tem feito pela vacinação tudo o que é possível fazer”. Graça Freitas lembrou que, até à bem pouco tempo, o país tinha "retrições do número de vacinas", mas que agora pode começar uma nova fase da vacinação.

Estamos preparados para vacinar 100 mil pessoas por dia, apesar de ser uma operação complexa, com dias altos e menos altos. Está ser feito tudo do ponto de vista da logística para que isso aconteça", garantiu.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.230.058 mortos no mundo, resultantes de mais de 154,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.983 pessoas dos 838.102 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Graça Freitas diz que "ainda não está na altura de levantar o pé"

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, advertiu ainda que “ainda não está na altura de levantar o pé” e de começar uma vida totalmente normal, apelando à população para manter a calma e as precauções.

Graça Freitas respondia a questões levantadas por jornalistas, à margem de uma visita a uma escola em Lisboa, sobre se o país pode avançar para outras fases de desconfinamento, que incluam a abertura de discotecas ou eventos com mais público.

Nós temos que ter muita calma. A vacinação é de facto um instrumento extraordinário, mas temos que aguardar”, defendeu Graça Freitas.

A diretora-geral da Saúde deu o exemplo do que se está a passar nas Seychelles, um território pequeno que tem cerca de 50% da sua população vacinada e teve que entrar em confinamento esta quarta-feira com “medidas bastante drásticas”.

Adiantou que Portugal terá elevadas taxas de vacinação no final do verão e depois continuará a vacinar todas as faixas etárias, apelando, por isso, à contenção nesta fase.

Todo o esforço que fizermos, todos os bons números que alcançamos têm que ser mantidos e, portanto, vamos ter um bocadinho mais de calma”, disse, salientando que não é pelo facto de as pessoas estarem vacinadas ou com imunidade natural, porque contraíram a doença, que se deve baixar a guarda.

Sobre a situação epidemiológica em Portugal, adiantou que “tudo indica” que está a haver contenção por parte da população, tendo em vista os números.

Tudo indica que estamos de facto a ser cuidadosos, como cidadãos (…) a questão de haver medidas cirúrgicas para determinadas zonas também é muito útil, porque impede a dispersão da doença, mas o estar a correr bem deve incentivar-nos ainda mais de continuarmos a fazer tudo para que continue a correr bem”, sustentou.

Portanto, realçou, “ainda não está na altura de levantar o pé e de começar uma vida totalmente normal”.

“Vamos vivendo o dia a dia com a liberdade que este vírus nos vai dando e com as nossas medidas que se devem manter e vamos com calma, ainda temos de vacinar mais pessoas e ainda temos que consolidar cada fase do plano de desconfinamento”, acrescentou.

Sobre a testagem nas escolas, disse que “é mais uma medida”, que se junta a um conjunto de outras para combater a pandemia.

“A testagem nas escolas tem a vantagem de poder identificar precocemente alguém que seja positivo para poder retirá-lo do ambiente escolar e obviamente diminuir o risco de transmissão”, salientou.

Segundo Graça Freitas, há bastantes surtos de covid-19 nas escolas no país, mas são “habitualmente pequenos”.

A este propósito, deixou uma palavra de agradecimento às equipas de saúde pública, ao Ministério da Educação e às escolas, em particular, “que têm feito este movimento de testar e isolar”, bem como aos educadores, aos pais e aos cuidadores que também têm colaborado.

“Isto é um movimento que consolida as medidas de confinamento e é nessa consolidação que todos temos de trabalhar, com medidas de vários setores, com a vacinação, a testagem e isolamento” e medidas como a lavagem das mãos, disse, aludindo ao Dia Mundial da Higiene das Mãos.

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