O ex-presidente da República e enviado das Nações Unidas para a luta contra a tuberculose, Jorge Sampaio, lamentou esta quinta-feira que a «discussão» sobre o uso do preservativo não evolua, manifestando desacordo com as polémicas declarações do Papa sobre este assunto, avança a agência Lusa.
O Papa Bento XVI declarou que a distribuição de preservativos não é a resposta adequada para se ajudar a África a combater a sida, o que motivou a condenação de vários governos europeus e organizações internacionais.
Instado a comentar as afirmações do Papa, o ex-presidente da República, que esta quinta-feira esteve na abertura de um encontro internacional sobre tuberculose, manifestou o seu desacordo com Bento XVI, salientando que se trata «de uma velha discussão que não evolui, infelizmente».
O representante das Nações Unidas para a luta contra a tuberculose destacou ainda a estreita relação entre esta doença e a SIDA, sublinhando o papel da prevenção.
«A maioria das mortes de pessoas que têm HIV são pessoas que apanham tuberculose e morrem por causa da tuberculose. Obviamente que tudo isto se joga na prevenção», afirmou.
Jorge Sampaio lembrou, no seu discurso de abertura do encontro desta quinta-feira, que decorre em Lisboa, na Fundação Gulbenkian, que todos os anos adoecem nove milhões de pessoas e 1,7 milhões morrem devido à tuberculose.
Um terço da população mundial está infectada com a micro-bactéria que provoca a tuberculose.
O Papa fez as polémicas declarações sobre o uso do preservativo no início de uma viagem a África que inclui uma visita a Angola na próxima sexta-feira.
Sampaio critica declarações de Papa Bento XVI
- Redação
- AP
- 19 mar 2009, 12:59
Ex-presidente da República lamenta que «discussão» sobre uso do preservativo não evolua
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