Superespião diz que "90% do trabalho do SIS pode ser catalogado de ilegal" - TVI

Superespião diz que "90% do trabalho do SIS pode ser catalogado de ilegal"

  • João Guilherme Ferreira
  • 19 out 2018, 22:27

Jorge Silva Carvalho lançou um livro em que conta a passagem pelos Serviços de Informação e Segurança, em entrevista à TVI garante que tudo o que fez foi feito ao serviço do país e não para favorecimento pessoal

Oito anos depois de ter abandonado os Serviços de Informação e Segurança (SIS) e após o julgamento, em que foi condenado a 4 anos e meio de pena suspensa, por violação do segredo de estado, Jorge Silva Carvalho deu uma entrevista à TVI em que garante que todos os erros que cometeu foram ao serviço de Portugal

O denominado Superespião, devido aos diversos cargos de chefia que ocupou nos serviços secretos, explicou que há mecanismos e serviços feito pelos SIS que "podem ser catalogados de ilegais". Silva Carvalho diz que, na sua opinião, o trabalho não viola a lei, mas justifica esta afirmação com as considerações feitas pelo Ministério Público durante o julgamento em que foi condenado. 

90% do trabalho do SIS pode ser catalogado ilegal, eu não o considero", afirmou Jorge Silva Carvalho em entrevista à TVI

O ex-espião teceu duras críticas ao Ministério Público, por causa da "interpretação muito restritiva que concentra a atividade dos Serviços num espectro que não é o espectro dos SIS". Jorge Silva Carvalho defendeu que as secretas "atuam pela defesa do Estado, a montante do sistema judicial e de forma preventiva para evitar ataques à segurança nacional". 

As leis e as barreiras existem, mas os julgamentos devem ser feitos à posteriori", admitiu Jorge Silva Carvalho.

Sobre a saída das secretas no final de 2010, Jorge silva Carvalho diz que foi difícil abandonar o único emprego que tinha conhecido na vida. O superespião garante que, mesmo com o julgamento de que foi alvo, "poderia ter continuado no SIS" e que nenhuma porta de saída lhe foi apontada. 

Considero que os serviços de informação são essenciais para o Estado português", defendeu o superespião.

Jorge Silva Carvalho deixou algumas perguntas sem respostas. O ex-espião não garantiu a existência de jornalistas e magistrados pagos pelo SIS, mas afirmou que as secretas devem usar os meios que considerem necessários para garantir a segurança do país

O superespião lançou o livro "Ao Serviço de Portugal", numa viagem ao interior dos serviços secretos. Sobre o livro garante que escreveu 297 páginas, mas podia escrever 2 mil caso não tivesse que respeitar o segredo de Estado. 

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