Face Oculta: «Eu nunca tive nada a ver com o assunto»

O economista José Contradanças, um dos arguidos do processo Face Oculta acusado de corrupção, disse esta segunda-feira, à entrada do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, que não tem qualquer envolvimento no caso.

«Espero que isto termine de uma vez por todas. Eu nunca tive nada a ver com o assunto», afirmou, citado pela Lusa, antes de ir prestar declarações a seu pedido, no âmbito da fase de instrução do processo.

O seu advogado adiantou não ter nenhuma estratégia especial para este interrogatório e que José Contradanças iria manter o que disse na investigação e esperar que «os argumentos colham» no Ministério Público e no juiz Carlos Alexandre.

José Paulo Dias explicou que foi o seu cliente que quis ser ouvido nesta fase porque «houve alguns aspectos que acabaram por não serem esclarecidos» na fase de inquérito devido às limitações do prazo de inquérito decorrentes da prisão preventiva de Manuel Godinho, dono da empresa O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, que está no centro da investigação.

Justificando que não podia prestar mais declarações porque podia ser advertido pela Ordem dos Advogados, José Paulo Dias considerou que «as estruturas judiciais ainda não se adaptaram a esta realidade», numa alusão aos vários jornalistas que têm estado à porta do TCIC nesta fase de instrução.

A audição dos arguidos continua na terça-feira com a presença de José Penedos, ex-presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais) e ex-secretário de Estado, acusado de dois crimes de corrupção e dois de participação económica em negócio.