Desinvestimento na saúde é «preocupante» - TVI

Desinvestimento na saúde é «preocupante»

José Manuel Silva

Bastonário comenta relatório «Health at a Glance 2013», da OCDE, segundo o qual Portugal gastou menos 2,2% na saúde entre 2009 e 2011

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O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, exortou esta quinta-feira o Governo a reconhecer o desinvestimento na área da saúde, conforme revela um relatório internacional que José Manuel Silva vê como «preocupante».

Segundo o relatório «Health at a Glance 2013», da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal gastou menos 2,2% na saúde entre 2009 e 2011, revertendo a tendência de aumento médio entre 2000 e 2009 de 1,8%.

«Naturalmente que [o relatório] merece preocupação, mas não me surpreende, porque já sabemos que essa é a realidade. Agora, perante as autoridades, esperamos que essa realidade se torne indesmentível», afirmou, questionado pela Lusa, José Manuel Silva.

Para o atual bastonário da Ordem dos Médicos, este estudo «vem confirmar» um alerta que estes profissionais têm vindo a fazer.

«Nós sabemos o que se passa no terreno e não temos nenhuma intenção de mistificar estatísticas para tentar transmitir uma imagem que é diferente da realidade», criticou o bastonário.

Recordou, a propósito, o recente «despacho censório» do Governo, «proibindo» a divulgação de estatísticas locais e regionais na área da saúde.

«Obviamente que é para esconder a verdadeira realidade do impacto negativo dos cortes no Serviço Nacional de Saúde a nível local e regional», disse ainda José Manuel Silva, à margem de uma visita às unidades de saúde pública do distrito de Viana do Castelo.

Nesta área, apontou, por exemplo, a disponibilidade de os médicos realizarem mais cirurgias, a qual está a ser condicionada pelas restrições financeiras impostas ao setor, provocando o «aumento» dos tempos de espera.

«Os médicos querem operar mais e não lhes dão a possibilidade de o fazer. Há capacidade instalada no Serviço Nacional de Saúde que não está a ser devidamente aproveitada em benefício dos doentes, por causa dos cortes no financiamento das instituições», cita a Lusa.
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