Carlos Alexandre, que colocou o ex-primeiro-ministro em prisão preventiva devido a indícios de crimes de corrupção, branqueamento de capitais e evasão fiscal é muito criticado pelo advogado, que saiu em defesa de Sócrates, ainda que não o represente neste processo.
«Este juiz já podia ter sido promovido à Relação, mas não. Ele gosta tanto de estar naquele tribunal, e realmente compreende-se. O poder é tão grande e os tais tabloides – e isso vê-se na metáfora de que ele é o tal super juiz, como um juiz acima, esse é o herói dos tabloides», disse no programa «Pares da República», da TSF.
Para Proença de Carvalho, não faz sentido que todas as investigações deste tipo sejam apreciadas pelo mesmo juiz. «Em Portugal, perdeu-se também o direito ao juiz natural. Todos estes casos são apreciados por um único juiz. O Ministério Público, basta que coloque em investigação no Departamento Central de Investigação Criminal, que necessariamente, o juiz que vai apreciar é sempre o mesmo».
Sobre a prisão preventiva de José Sócrates, o advogado acha que «até parece um pouco ridículo» que tenha estado em causa a fuga do ex-PM para o estrangeiro, já que que «se não quisesse comparecer perante as autoridades, não teria feito a viagem de Paris naquele dia».