José Sócrates considera que as novas suspeitas que recaem sobre ele na Operação Marquês relativas à PT são uma "segunda campanha de difamação". Em entrevista ao Jornal das 8 da TVI, o antigo primeiro-ministro afirmou que a nova suspeita, com a qual ainda não foi confrontado, é "tão absurda, estapafúrdia e ridícula como as outras eram".
Para o principal arguido da investigação, o objetivo destas suspeições relacioná-lo com aquilo aconteceu à PT e ao Grupo Espírito Santo e isso “é absolutamente difamante" e "não tem nenhum sentido".
Sócrates voltou a criticar a ação da Justiça, reiterando que ainda não lhe foi deduzida acusação e que tem direito a conhecê-la para poder defender-se.
O antigo primeiro-ministro não admite nem mesmo que a complexidade do processo exija mais tempo e fala em "violação sistemática dos direitos de defesa".
Não pode ser uma desculpa", afirmou. "O que está em causa é a liberdade de um cidadão".
Quanto às notícias sobre suspeitas de que o seu governo tenha orientado a OPA que a Sonae fez à PT no sentido de a fazer chumbar, Sócrates afirmou que são "completamente falsas", acrescentando que a Caixa Geral de Depósitos votou contra a OPA com “total liberdade”, sem “nenhuma orientação” do governo nesse sentido.
A Caixa deliberou votar daquela forma de acordo com o que eram os seus interesses", disse, defendendo que o governo se comportou com total neutralidade. "O Estado nada teve a ver com isso".
Sócrates voltou a insistir que a sua prisão teve um objetivo meramente político que é “julgar o governo anterior”.
O antigo Chefe de Governo terminou retomando que "a primeira coisa que um cidadão precisa para se defender é conhecer a sua acusação" e que, se ela não existe, o que o Ministério Público tem de fazer é encerrar o inquérito.
José Sócrates é suspeito dos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito, no âmbito do processo "Operação Marquês".