Sócrates: grupo de apoio não conseguiu visitar ex-primeiro-ministro - TVI

Sócrates: grupo de apoio não conseguiu visitar ex-primeiro-ministro

Três elementos do grupo da Covilhã, incluindo o ex-deputado Edmundo Pedro, tentaram entrar na prisão para visitar José Sócrates, mas não lhes foi permitido.

Relacionados
Um «abraço solidário» a José Sócrates juntou este domingo cerca de 200 pessoas, a maior parte da Covilhã, em frente à prisão de Évora, mas uma delegação do grupo não foi autorizada a visitar o ex-primeiro-ministro.

A iniciativa, que decorreu junto ao Estabelecimento Prisional de Évora, onde o antigo líder socialista se encontra detido preventivamente há dois meses, começou por volta das 15:00, mas muito antes já se encontravam no local várias dezenas de pessoas.

Os participantes, muitos envergando camisolas com fotografias do ex-primeiro-ministro e com cravos e rosas nas mãos, desfilaram em silêncio até à porta da prisão e, de seguida, entoaram palavras de ordem como «presos políticos nunca mais» e «Sócrates amigo, o povo está contigo».

A manifestação de solidariedade para com José Sócrates contou com a participação de cerca de uma centena de apoiantes da Covilhã, que se deslocaram em dois autocarros, mas juntaram-se à iniciativa pessoas de outros pontos do país, como do Algarve, Lisboa e do Alentejo.

Três elementos do grupo da Covilhã, entre os quais o organizador da excursão, o empresário José António Pinho, e o antigo deputado socialista Edmundo Pedro tentaram entrar na prisão para visitar José Sócrates, mas não lhes foi permitido.

José António Pinho disse aos jornalistas que tinha «tratado de tudo por correspondência» para que os três elementos visitassem hoje à tarde o ex-primeiro-ministro, mas que a visita tinha sido antecipada para as 09:15 sem lhe terem sido dadas justificações.

«Assumo as minhas responsabilidades. Recusei-me a estar aqui às 09:15», afirmou, considerando, contudo, que a intenção da iniciativa foi conseguida: «O objetivo está feito. José Sócrates já sabe que não está sozinho», referiu.

O empresário lamentou também o facto de não ter sido possível deixar o livro da sua autoria «A estátua - A tortura preferida pela PIDE» a José Sócrates. «Cada um tome as suas deduções», concluiu.

Uma das participantes que disse ter visitado o ex-primeiro-ministro de manhã passou a mensagem de que José Sócrates se encontra «com muita força e que está firme e determinado» e que agradecia «todo o apoio e solidariedade».

Rui Andrade, um dos «amigos» que viajou da Covilhã para apoiar o ex-primeiro-ministro, disse à Lusa que participou na iniciativa «por conhecer o cidadão José Sócrates» desde o tempo em que este foi candidato à liderança da distrital de Castelo Branco do PS.

«Até me provarem o contrário, considero José Sócrates inocente», afirmou, acrescentando que o ex-líder socialista «mexeu com gente muito poderosa» e «cortou os grandes ordenados e as mordomias que tinham».

«Já se falava na altura que um dia que este homem saia do Governo, eles condenam-no e, se calhar, hoje está cá talvez por isso», acrescentou.

Na manifestação de solidariedade, os participantes cantaram a canção «Grândola, Vila Morena» e o hino nacional e depositaram no letreiro da prisão cravos e rosas. Desmobilizaram por volta das 16:30.

José Sócrates cresceu e iniciou o percurso profissional e político na cidade da Covilhã, da qual recebeu a Chave da Cidade e a Medalha de Ouro de Mérito Municipal no dia 20 de outubro de 2014.

Foi detido a 21 de novembro, no aeroporto de Lisboa, depois de uma viagem desde Paris, e está em prisão preventiva, na cadeia de Évora, desde a madrugada de 25 de novembro de 2014.

O ex-chefe do Governo socialista está indiciado de branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada e corrupção.
Continue a ler esta notícia

Relacionados