Duque de Bragança diz que rei abdica «por motivos de saúde» - TVI

Duque de Bragança diz que rei abdica «por motivos de saúde»

Dom Duarte, Duque de Bragança - Jantar de Reis Braga 2013 Foto: Divulgação

A razão da decisão do rei é, para Duarte Pio, explicada pelas dificuldades que Juan Carlos tem sentido nos últimos tempos em cumprir a sua missão

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O duque de Bragança considerou hoje que a decisão do rei de Espanha de abdicar do trono se deveu a problemas de saúde e defendeu que o sucessor tem vantagens em relação a Juan Carlos.

A razão da decisão do rei espanhol é, para Duarte Pio de Bragança, explicada pelas dificuldades que Juan Carlos tem sentido nos últimos tempos em cumprir a sua missão.

«Basta ver as fotografias dele, os problemas de saúde, a dificuldade em deslocar-se», afirmou o pretendente ao trono português, em declarações à Lusa.

«Cumprir as missões que tem cumprido tem sido um grande sacrifício pessoal», sublinhou, acrescentando que o rei de Espanha também teve «bons exemplos» na Europa.

«O rei da Bélgica, a rainha da Holanda, o próprio papa abdicaram quando acharam que a sua saúde não estava em condições para cumprirem as suas missões», lembrou.

Juan Carlos de Borbón y Borbón manifestou hoje a sua vontade de entregar a coroa ao filho, depois de um reinado de 39 anos, um dos mais longos da história, que começou na sua proclamação a 22 de novembro de 1975.

Para Duarte Pio de Bragança, o rei de Espanha teve um papel fundamental na História daquele país, conseguindo que a transição para a democracia fosse feita de forma pacífica.

«Creio que a grande vantagem da monarquia em países como a Espanha e como a Suécia é que a transição da chefia de Estado é feita de uma maneira tranquila, sem lutas políticas e com uma continuidade que permite ao futuro chefe de Estado continuar a obra que o pai fez», defendeu, adiantando que a Espanha deve ao atual rei «uma grande gratidão».

«Juan Carlos evitou os conflitos que, por exemplo, tivemos em Portugal na transição para a democracia ¿ que foi extremamente violenta, com grande destruição da economia, com milhares de mortos nos países que são hoje da CPLP, verdadeiros genocídios com a independência», referiu.

«Em Espanha, a transição fez-se de uma maneira pacífica e o rei sempre manteve a unidade nacional, que é muito questionada hoje pela Catalunha e pelos bascos», disse.

Apesar do papel político de Juan Carlos de Espanha, Duarte Pio de Bragança considera que o herdeiro tem melhores condições para exercer a liderança atual da monarquia naquele país.

«O príncipe Filipe tem algumas vantagens em relação ao pai», afirmou, sublinhando o facto de falar bem catalão e de estar casado «com uma espanhola de origem muito popular».

Estas características, aliadas ao facto de «ser um jovem muito simpático e caloroso» demonstram que Filipe de Bórbon está «muito integrado na realidade democrática da Espanha de hoje».

Por outro lado, «o príncipe Filipe teve uma preparação técnica e profissional para a sua missão [que foi] notável e tem um relacionamento pessoal com as elites políticas, culturais e militares espanholas que certamente o ajudarão na sua missão», concluiu.
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