O início do julgamento ao ataque à Academia do Sporting, em Alcochete, ocorrido a 15 de maio de 2018, está marcado para segunda-feira, num processo com 44 arguidos, que vai decorrer nas instalações do Tribunal de Monsanto, em Lisboa.
Em agosto deste ano, o juiz de instrução criminal Carlos Delca decidiu levar a julgamento os 44 arguidos nos exatos termos da acusação do Ministério Público (MP), no âmbito do processo do ataque à Academia.
Foram pronunciados 41 elementos do Grupo Organizado de Adeptos Juventude Leonina (Juve Leo) e do subgrupo Casuais (Casuals), em coautoria, por 40 crimes de ameaça gravada, por 19 crimes de ofensas à integridade física qualificadas e por 38 crimes de sequestro (97 crimes classificados como terrorismo, puníveis com pena de prisão de dois a 10 anos).
Estes 41 arguidos estão também pronunciados por dois crimes de dano com violência, por um crime de detenção de arma proibida agravado e por introdução em lugar vedado ao público.
Quatro destes elementos da claque respondem ainda por outros crimes, como resistência e coação sobre funcionário, tráfico de estupefacientes e detenção de arma proibida.
O antigo presidente do Sporting Bruno de Carvalho, o líder da claque Juve Leo, Nuno Mendes, conhecido como Mustafá, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos, vão responder, como autores morais, por 40 crimes de ameaça gravada, por 19 crimes de ofensas à integridade física qualificadas e por 38 crimes de sequestro.
Mustafá responde ainda por um crime de tráfico de estupefacientes.
Todos negam os factos que lhes são imputados e acreditam numa absolvição.
A TVI sabe que a presidente do coletivo de juízes ainda não notificou testemunhas. Conta assim ouvir apenas os arguidos que quiserem falar no início do julgamento.
O número total de testemunhas ainda não é conhecido, mas já se sabe que as 22 pessoas arroladas pela defesa de Bruno de Carvalho foram aceites. Entre elas está o presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa, e Sousa Cintra, que assumiu a liderança do clube sportinguista na fase de maior crise dos últimos meses.
Há sessões marcadas no tribunal de Monsanto até fevereiro, ficando a sala reservada até abril