Familiares e amigos das vítimas na lista de Rei Ghob - TVI

Familiares e amigos das vítimas na lista de Rei Ghob

Rei Ghob

Isso mesmo indiciam os depoimentos ouvidos na manhã desta quarta-feira em tribunal

Relacionados
Cinco pessoas amigas ou familiares dos três jovens alegadamente mortos pelo Rei Ghob, entre as quais três menores, poderiam ser futuras vítimas do arguido, tendo em conta os depoimentos ouvidos no Tribunal de Torres Vedras.

A filha e o ex-marido de Tânia Ramos, desaparecida em Junho de 2008, poderiam estar no rol de próximas vítimas de Francisco Leitão. A avó e o pai da menor relataram, na terça-feira em tribunal, que a criança estava sempre com a mãe, sabia das visitas a casa de Francisco Leitão, das saídas da mãe e das idas ao castelo, onde ambas chegaram a dormir.

Nuno Ramos disse aos juízes que foi ameaçado de morte pelo arguido e por amigos a mando deste, após o desaparecimento de Tânia e após uma nova visita do arguido ao estabelecimento comercial, dias antes de ser detido a 20 de Julho de 2010. «Recebi uma mensagem [do Leitão] no telemóvel a dizer que não ia ficar com a minha filha», explicou Nuno Ramos, que, até à detenção do arguido, protegeu a menor.

Fonte ligada ao processo esclareceu à Lusa que, apesar dos maus-tratos infligidos sobre a esposa, o ex-marido nunca foi considerado suspeito pela Polícia Judiciária, tendo mesmo sido um dos principais colaboradores da polícia durante as investigações.

Mara Pires, amiga de Tânia através da qual terá conhecido Leitão e Ivo, e considerada a testemunha-chave do processo, seria outra das possíveis vítimas, por observar o que se passava no castelo.

No interrogatório da PJ, especificou que chegou a ver na casa do arguido jovens com marcas de agressões físicas e amarrados pelos pés e mãos, castigos infligidos alegadamente para obrigar os menores a terem relações homossexuais.

A testemunha relatou que conhecia a viatura em que o arguido tinha transportado o corpo do Ivo, chegando a ser tida como cúmplice da morte e ocultação do cadáver da vítima.

Uma das irmãs mais novas de Ivo (menores) estaria sob o controlo de Leitão, uma vez que trocavam mensagens (sms) e conversavam em chats na internet. Foi também por intermédio do telemóvel da menor que a família concluiu que as sms que estariam a receber do telemóvel de Ivo, após o seu desaparecimento, eram escritas por outra pessoa.

«Perguntei se se lembrava de, nossa infância, termos ido nadar para uma barragem e qual do grupo se tinha quase afogado na lama. Respondeu que era o Alexandre, o nosso vizinho da frente, que nunca foi connosco», detalhou na terça-feira em tribunal a irmã Marlene Delgado, explicando que Alexandre era o filho do dono da oficina onde Ivo conheceu Francisco Leitão.

Em 2010, também a melhor amiga de Joana Correia (outra das vítimas) se sentia ameaçada pelo arguido, após o seu desaparecimento e antes deste ser detido. Beatriz Inácio relatou na terça-feira que, depois de o arguido ter descoberto que ela tinha assistido à troca das 180 sms com a vítima no dia em que desapareceu (03 de Março de 2010), ele quis combinar encontros, o último dos quais «era para ir sozinha».

Na sessão da manhã desta quarta-feira do julgamento, foi ouvida apenas uma das quatro testemunhas previstas, passando as três restantes para a parte da tarde, também à porta fechada, o que deu origem a um adiamento, para a próxima semana, dos depoimentos das restantes.

A sessão de quinta-feira está reservada apenas para a audição de Mara Pires, amiga de uma das vítimas.
Continue a ler esta notícia

Relacionados