Homem que tentou matar a mulher e sobrinhas no banco dos réus - TVI

Homem que tentou matar a mulher e sobrinhas no banco dos réus

Justiça

Julgamento arrancou esta sexta-feira na Madeira

Um homem de 53 anos começou esta sexta-feira a ser julgado no Tribunal Judicial de Santa Cruz, Madeira. É acusado de tentar matar a companheira e duas sobrinhas desta.

Ao arguido está imputado um crime de homicídio qualificado na forma tentada, dois crimes de homicídio na forma tentada, com dolo eventual, e ainda um crime de violência doméstica agravada, escreve a Lusa.

O caso, segundo o Ministério Público (MP), remonta a 7 de agosto do ano passado, quando, pelas 23:00, na residência do casal, no concelho de Santa Cruz, João J., que se encontrava «embriagado», iniciou uma discussão com a companheira.

Na sequência desta discussão, «o arguido desferiu diversos socos e pontapés no corpo» da vítima, que se viu «forçada a sair da residência», tendo ido para casa da irmã.

O MP adianta que o filho da vítima, ao ter conhecimento das agressões, abordou o padrasto, que «se encontrava a dormir», para «pedir explicações». Como o arguido «se preparava para o agredir», o jovem foi ao encontro da mãe.

«Nessa altura e sem nada que o fizesse prever, o arguido, empunhando uma caçadeira de canos sobrepostos, dirigiu-se até junto da residência da irmã da vítima», lê-se no despacho de acusação.

O MP acrescenta que «aí chegado e ao vislumbrar, do plano elevado em que se encontrava», a companheira, de costas, e duas sobrinhas, de cinco e 13 anos, «disparou dois tiros» em direção à primeira, mas provocando ferimentos nas três, que estavam junto da porta da casa.

«Nenhum dos ferimentos [...] causou perigo de vida para as vítimas», sustenta o MP, que acusa João J. de, ao agir desta forma, ter o propósito de «molestar fisicamente» a companheira, «humilhando-a, rebaixando-a e criando um clima de terror nocivo à sua estabilidade emocional, com o fim de fazer valer a sua vontade pelo recurso a tal violência».

O arguido disse ao coletivo de juízes que a acusação «só tem um facto que não é verdade», relativo a «ir com a arma para casa» da cunhada. Disse, depois, que não queria falar mais.

Nesta sessão depuseram quatro testemunhas, entre as quais uma das sobrinhas alegadamente atingidas pelo arguido e o filho da companheira, que confirmou ter batido com um pau no homem após ter conhecimento das agressões à mãe e confirmar o seu estado de embriaguez.

Esta testemunha adiantou ainda que João J. tinha armas, porque era caçador, esclarecendo que não viu quem disparou, informação que a sobrinha tinha, também, já transmitido ao tribunal, justificando com o facto de estar escuro.

O julgamento continua na manhã de dia 12 de outubro, para a audição de um agente da PSP, um inspetor da PJ e um perito em balística.
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