Máfia do Oeste: defesa pede absolvição dos arguidos - TVI

Máfia do Oeste: defesa pede absolvição dos arguidos

Advogados alegam falta de provas

Os advogados dos arguidos do julgamento da denominada «máfia do Oeste», acusados de associação criminosa e burlas, pediram ao coletivo de juízes do Tribunal Judicial de Leiria a absolvição dos seus clientes por falta de provas.

Durante as alegações finais, que terminaram nesta quinta-feira, os advogados afirmaram que «não se provou nada» ao longo das sessões do julgamento.

Todos os causídicoas defenderam a «absolvição» dos arguidos, salientando a «inocência» dos mesmos.

Na primeira parte das alegações, o procurador do Ministério Público (MP) pediu a condenação de todos os arguidos.

O magistrado do MP pediu uma condenação de 11 anos de prisão para o principal arguido, o italiano Giovanni Lo Re, pelos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, associação criminosa, recetação e abuso de confiança. Segundo o procurador, o crime de recetação poderá ser substituído pelo de branqueamento de capitais.

O magistrado considerou ainda que os arguidos Danielle Cammarata e Vicenzo Parasieite devem responder pelos mesmos crimes e cumprir penas de nove e sete anos, respetivamente.

Relativamente ao arguido João Pedro, o magistrado defendeu uma pena de três anos e oito meses, suspensos por igual período, pelos crimes de associação criminosa e recetação.

Para o arguido José Vitorino foi pedido uma condenação de três anos de prisão efetiva e um ano de pena suspensa para Nuno. A empresa Luzes Riachos deverá pagar uma multa única de 300 mil euros, a pedido do MP.

Em julgamento estão quatro italianos e três portugueses detidos numa operação da Polícia Judiciária a 21 de outubro de 2010, na zona de Bombarral e Torres Vedras, acusados de crimes de associação criminosa e burlas qualificadas, que terão lesado 20 empresas em cerca de 1,5 milhões de euros.

Segundo o Ministério Público, o líder do grupo é um italiano que possui um mandado de detenção europeu por supostas ligações à máfia siciliana e sobre o qual recaem as mesmas acusações imputadas aos restantes arguidos: burla qualificada, falsificação de documentos, associação criminosa, recetação e abuso de confiança.

O esquema montado passava por obter mercadoria a crédito junto de outras empresas europeias que nunca chegariam a receber o dinheiro, segundo a acusação.

Já em Portugal, os produtos eram escoados, no mínimo a 30% abaixo do valor de mercado, através de uma empresa sediada em Torres Novas, que é também arguida neste processo, através dos seus representantes.

A acusação sustenta que a maioria das burlas foi alegadamente cometida junto de empresas da Noruega, Grã-Bretanha, Dinamarca, Espanha e França, causando um prejuízo de 1.363.522,57 euros, já que a mercadoria nunca chegou a ser paga.

O restante valor diz respeito a alegadas burlas a firmas portuguesas.

A próxima sessão está marcada para o dia 22 de janeiro, para as declarações finais dos arguidos, sendo nesse dia agendada a data da leitura do acórdão.
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