São milhares os portugueses declarados como contumazes, ou seja, pessoas que estão em parte incerta e são procuradas pela justiça. Segundo dados avançados pelo Ministério da Justiça ao DN, há 21.403 cidadãos nesta situação em Portugal, sendo que o caso mais mediático é o do ex-presidente do Benfica, Vale e Azevedo.
De acordo com fonte da Procuradoria-Geral da República, há 270 portugueses com mandados de detenção europeus por crimes como homicídio, branqueamento de capitais e tráfico de estupefacientes.
A declaração de contumácia mais antiga remonta a 18 de Dezembro de 1989. Em 2007, quase seis mil pessoas foram acrescentadas à lista, tal como em 2006, quando o número de contumazes foi de 5.793. Ainda assim, os números têm vindo a diminuir: 8.302 em 2002, 7.566 em 2003 e 6.159 em 2004.
Se não é notificado não pode ser julgado
Mas há outro dado positivo: a partir de 2006, o número da cessação da contumácia foi superior ao das declarações. Ou seja, houve mais contumazes a apresentarem-se à justiça ou a serem detidos do que novos «fugitivos» à lei.
Recorde-se que, em Portugal, a legislação penal define como contumazes os arguidos que não é possível «notificar do despacho que designa dia para a audiência de julgamento ou executar a detenção ou a prisão preventiva».
Os julgamentos não podem ser realizados sem que os arguidos saibam constituírem objecto de um procedimento criminal através de notificação. Isto significa que só a partir de notificados é que os portugueses podem ser julgados sem presença física. E foi desta forma que 21.403 arranjaram mesmo forma de fugir à lei.
21 mil portugueses fogem à lei
- Redação
- CP
- 10 jul 2008, 10:50
Caso de Vale e Azevedo é o mais mediático, mas há muitos mais na mesma situação
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