Advogada suspeita de pedidos de asilo abusivos - TVI

Advogada suspeita de pedidos de asilo abusivos

  • JFP
  • 28 set 2018, 12:15
SEF

Serviço de Estrangeiros e Fronteiras adianta que deu cumprimento a um mandado de busca a casa da advogada, na zona de Lisboa

O SEF constituiu arguida uma advogada da zona de Lisboa suspeita de se dedicar “à apresentação abusiva” de pedidos de asilo de cidadãos estrangeiros a quem tinha sido recusada a entrada em Portugal, indicou hoje aquela força de segurança.

Em comunicado, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras adianta que deu cumprimento a um mandado de busca a casa da advogada, na zona de Lisboa, no âmbito de uma operação denominada “Lingala”, que dura há mais de um ano.

O SEF refere que a advogada foi constituída arguida e notificada para comparecer em tribunal, estando em causa fortes indícios do seu envolvimento numa célula em Dakar, Senegal, que alegadamente indicava à suspeita a vinda de cidadãos estrangeiros para Portugal para, posteriormente, poder dar início aos processos de pedido de asilo.

Após a instalação dos cidadãos estrangeiros no Espaço Equiparado a Centro de Instalação Temporária (EECIT), no aeroporto de Lisboa, a quem fora recusada a entrada, a advogada comparecia imediatamente no EECIT, onde solicitava a consulta aos respetivos processos, bem como o contacto com os passageiros”, sem que tivesse sido pedido a sua presença, refere aquele serviço de segurança.

De acordo com o SEF, a maioria dos estrangeiros eram de países africanos e os voos tinham origem em Dakar, Luanda e Casablanca.

Para evitar que fossem afastados para o país de origem, “a advogada entregava um pedido de asilo em nome do cidadão estrangeiro, bem como uma procuração nomeando-a sua mandatária”, explica a nota.

O SEF refere também que “esta utilização abusiva do mecanismo de proteção internacional através de pedidos asilo, na sua maioria infundados, tinha como único objetivo evitar que os passageiros intercetados regressassem ao país de origem, manobra que proporcionava à suspeita uma elevada contrapartida financeira”.

Durante as buscas efetuadas ao apartamento da advogada, que funcionava também como escritório, o SEF apreendeu material informático e de comunicação utilizados pela suspeita, agendas, cadernos com indicação de valores cobrados, bem como comprovativos de transferências/receções de quantias monetárias via agências financeiras ou bancos.

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