Maria José Costeira, a primeira mulher a presidir à Associação Sindical de Juízes, disse, no programa «Política Mesmo» da TVI24, que apesar da plataforma estar a funcionar, não há forma de saber se pode, a qualquer momento, voltar a ter problemas.
«Na prática, nos tribunais, no dia-a-dia, nós temos o sistema operacional a funcionar, não sabemos é se o problema está resolvido, porque continuamos sem saber o que é que aconteceu. Não sabemos se daqui a um mês ou dois não pode haver outra vez um crash do sistema».
A presidente da ASJP defendeu, também, que a Procuradoria-Geral da República e o Conselho Superior de Magistratura devem, em conjunto, delinear uma estratégia de combate à violação do segredo de Justiça. Maria José Costeira diz que a Justiça enfrenta um período de mediatização nunca antes visto e que os tribunais devem arranjar outra forma de comunicar.
«É essencial os cidadãos perceberem o que se passa [na Justiça] e [para isso] têm de ser os próprios tribunais a explicar-se. Nós devíamos ter uma hora marcada em que o juiz presidente, porque é o juiz que é a cara dos tribunais, vai dar uma explicação».
Para Maria José Costeira após a restruturação dos tribunais há ainda «falta de meios» que dificultam o trabalho e normal funcionamento da Justiça. Situação que está a causar problemas que vão desde o adiamento de julgamentos à falta de segurança.
«Teoricamente é um sistema que funciona, o problema é a falta de meios e [isso] é um problema grave. Nós temos tribunais que não têm meios para funcionar, porque não têm, muitos deles, na maior parte do país, funcionários de Justiça, [que] são uma peça essencial nos tribunais. E [esta] falta é brutal».