Condenado a 11 anos de prisão por homicídio gay - TVI

Condenado a 11 anos de prisão por homicídio gay

Prisão

Crime motivado por recusa de relações sexuais. Agressor tem atraso mental. Família da vítima descontente com pena aplicada

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O Tribunal de Aveiro condenou hoje a 11 anos de prisão o homem de 26 anos que matou há quase um ano, na Mealhada, um ajudante de padeiro.

O tribunal deu como provado que o arguido agrediu a vítima, de 35 anos, com um punhal e uma estaca de madeira, além de murros e pontapés, desagradado por a ter visto minutos antes envolvida sexualmente com outro homem e revoltado por não querer manter relações sexuais consigo.

Atendendo à violência das agressões e aos objetos empregues, o coletivo de juízes não teve dúvidas que o arguido «quis causar-lhe a morte».

Durante o julgamento, o homicida, que padece de um atraso mental, tal como a vítima, assumiu todos os factos descritos na acusação, revelando, no entanto, algumas incongruências, que o tribunal atribuiu às suas «limitações intelectuais».

O arguido, que estava acusado de um crime de homicídio qualificado, acabou por ser condenado por homicídio simples, indo ao encontro do defendido pelo seu advogado.

Nas alegações finais, o defensor do homicida tinha pedido a desqualificação do homicídio, em consequência dos seus problemas mentais e devido ao facto de aquele se encontrar alcoolizado e nunca ter sido uma pessoa agressiva.

Já a procuradora do Ministério Público tinha pedido uma «punição tão expressiva» quanto a culpa do arguido, considerando que «não ficam dúvidas» de que aquele praticou os factos de que está acusado.

A advogada dos pais da vítima mortal também defendeu a condenação do arguido por um crime que deixou não só a família como a população em «polvorosa», alegando que «tudo foi feito de forma ponderada e muito fria».

O arguido vai manter-se em prisão preventiva até ao trânsito em julgado da decisão, que indica o fim da possibilidade de recorrer do acórdão condenatório para os tribunais superiores.

Após a leitura do acórdão, o pai da vítima manifestou desagrado pela pena aplicada ao arguido. «Não é pena que se dê a um assassino que matou um jovem que não fazia mal a ninguém», disse aos jornalistas.

Durante o julgamento, o homicida confesso disse estar arrependido e pediu desculpa à sua família e à do falecido.

«Estou muito arrependido. Perdi a cabeça. Se soubesse o que sei hoje nunca tinha feito nada», afirmou.

O crime ocorreu no dia 15 de dezembro de 2013, mas o corpo da vítima só foi encontrado quatro dias depois numa mata próximo da «Cova da Areia», um local conotado com a prostituição e encontros de natureza homossexual.

O homicida viria a ser detido pela Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro um dia depois da descoberta do corpo.

Segundo a acusação, o arguido atuou de forma «indiferente e insensível» com o propósito concretizado de tirar a vida ao ajudante de padeiro, «motivado apenas pelo leviano e fútil motivo de a vítima não querer ter relações sexuais consigo».
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