Homem julgado por tentar matar ex-mulher, companheiro e filha em Condeixa-a-Nova - TVI

Homem julgado por tentar matar ex-mulher, companheiro e filha em Condeixa-a-Nova

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  • MJC
  • 14 mai 2021, 13:22
Justiça

O arguido, que está preso preventivamente, esteve casado com a ex-mulher durante 28 anos, num relacionamento marcado por conflitos e violência por parte do homem e que terminou em 2017

O Tribunal de Coimbra começa a julgar na segunda-feira um homem de 56 anos acusado de tentar matar a ex-mulher, o companheiro desta e filha, com recurso a uma caçadeira, em setembro de 2020, em Condeixa-a-Nova.

O arguido, que está preso preventivamente, esteve casado com a ex-mulher durante 28 anos, num relacionamento marcado por conflitos e violência por parte do homem e que terminou em 2017, refere o Ministério Público (MP), na acusação a que a agência Lusa teve acesso.

Em junho de 2020, o agressor soube do novo relacionamento da sua ex-mulher e decidiu, a 31 de agosto, retirar a vida ao novo companheiro da sua antiga esposa, por não aceitar "o fim do relacionamento, nem a nova relação".

De acordo com a acusação, nesse mesmo dia, por volta das 20:00, deslocou-se à casa da ex-mulher e aguardou escondido, munido de uma caçadeira, a saída do casal da residência, situada em Condeixa-a-Nova.

Já depois da meia-noite, quando o casal saiu de casa, o arguido empunhou a espingarda e "apontou-a na direção da cabeça" do companheiro da ex-mulher, quando se encontrava a cerca de três metros da vítima, tendo atingido o homem na zona da cabeça, que caiu no chão, conta o MP.

O arguido voltou a apontar a arma em direção ao homem, que estava inconsciente no chão, mas a ex-mulher "agarrou-se ao arguido", conseguindo desviar os canos da espingarda e permitindo que o seu companheiro recuperasse os sentidos e "encetasse a fuga, seguido por aquela".

Nessa altura, apareceu a filha do arguido e da ex-mulher, com 16 anos, que também terá tentado agarrar o seu pai e pedido para este parar.

Não obstante, o homem seguiu no encalço do casal, mas quando se preparava para voltar a disparar, foi agarrado pela ex-mulher.

Assim que se conseguiu soltar, o arguido terá apontado a espingarda em direção à ex-mulher e filha, gritando: "Mato-vos já!".

O arguido terá efetuado dois disparos na direção das duas vítimas, não as atingindo porque a ex-mulher conseguiu desviar novamente os canos da caçadeira, frisa o Ministério Público.

As vítimas aproveitaram o momento em que o arguido tentava municiar novamente a caçadeira para fugir do local.

Face aos ferimentos, o companheiro da ex-mulher sofria, a 13 de setembro de 2020, "de tonturas que o limitavam nos deslocamentos e postura, tinha pesadelos, sofria de cefaleias" que o obrigavam a tomar medicação de quatro em quatro horas, "visão turva e zumbido nos ouvidos", salienta.

"As totais consequências dos factos praticados estão ainda por apurar", realçava o MP, à data da acusação.

O arguido é acusado de três crimes de homicídio qualificado na forma tentada e um crime de detenção de arma proibida.

O julgamento começa na segunda-feira, às 09:30, no Tribunal de Coimbra.

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