Sabia que «betinho» é «aquele que não consome droga»? - TVI

Sabia que «betinho» é «aquele que não consome droga»?

Cocaína (Arquivo)

Este e outros termos podem ser aprendidos no dicionário online dedicado a jovens a partir dos 11 anos

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O site do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) destinado a crianças e jovens a partir dos 11 anos (www.tu-alinhas.pt ) contém um dicionário onde se pode aprender que «betinho», «cocó» ou «careta» é «aquele que não consome droga e, por isso, é considerado conservador, desprezível e desinteressante», noticia a agência Lusa.

O presidente do IDT, João Goulão, disse esta segunda-feira que descodificar o jargão tem utilidade e não envolve nenhum risco acrescido para os jovens, ao contrário do que receiam as associações de pais.

Tanto a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) como a Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) consideram que o Dicionário do Calão pode suscitar a curiosidade dos jovens, atraídos pela linguagem usada, em vez de ser preventora de comportamentos.

Nesta matéria, psicólogos contactados pela Lusa manifestaram opiniões contraditórias, com alguns a considerar que a divulgação do Dicionário do Calão pode ser perigosa, enquanto outros desdramatizam a sua influência nos comportamentos dos jovens.

Um dicionário «com alguma utilidade»

Em declarações à Lusa, João Goulão, disse que o dicionário «tem alguma utilidade» e explicou que é mais seguro para um jovem consultar um glossário do que ficar mal informado. João Goulão adianta que um jovem que desconheça um termo sente-se menorizado e pouco à vontade para perguntar o significado.

«Isso pode ser muito mais perturbador e muito mais desencadeador de curiosidade do que propriamente ter um local onde encontrar respostas às suas dívidas», acrescentou.

O presidente do IDT explicou que o site foi «elaborado e preparado com a colaboração das estruturas do ministério da Educação» e que para já não deverá ser alvo de nova reflexão.

«Não estamos fechados a mais reflexão sobre o assunto (dicionário), mas à partida não me parece que haja necessidade disso», esclareceu.

João Goulão adiantou que esta questão surge na linha da divulgação, há uns meses, relacionada com a divulgação de postais (com informação sobre a droga e redução de danos) em iniciativas participadas por jovens, nomeadamente festivais e queimas de fitas e que contou com a participação do IDT.

«É necessário conhecer os riscos»

«Na altura a distribuição dos postais foi criticado por ser entendida como um estímulo ao consumo. Não é disso que se trata. Não faz mal aos jovens, que obtêm informação por múltiplas vias, tê-la disponível de uma forma credível e respeitável», esclareceu.

«Penso que é necessário dizer aos jovens que as drogas proporcionam sensações agradáveis e é por isso que as pessoas as usam, mas envolvem riscos que é necessário conhecer», referiu.

Na opinião do presidente do IDT «é fundamental que à partida as pessoas conheçam os riscos envolvidos e tenham tanta informação quanto possível, ficando habilitadas a fazer escolhas conscientes».
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