Joana: juiz mantém-se, advogado «afasta-se» - TVI

Joana: juiz mantém-se, advogado «afasta-se»

Leonor Cipriano

Representante de Leonor Cipriano não vai estar presente nas próximas sessões depois da Relação de Évora ter negado o afastamento do juiz-presidente

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A Relação de Évora negou provimento ao pedido de afastamento do juiz-presidente do julgamento no âmbito do caso Joana de actuais e ex-inspectores da PJ, disse à Lusa o advogado de Leonor Cipriano.

Aragão Correia, que argumentara no incidente de escusa que o comportamento do juiz Henrique Pavão nas audiências indiciava parcialidade, foi notificado quinta-feira da decisão do Tribunal da Relação de Évora, que, sublinhou, fundamentou-se «principalmente na resposta» do magistrado à diligência em negar a «expulsão do advogado na audiência de 22 de Janeiro», depois do Ministério Público junto daquela instância ter emitido parecer positivo para a escusa.

O representante de Leonor Cipriano referiu também que Henrique Pavão considerou que a testemunha apresentada no incidente de escusa entregue a 18 de Fevereiro «procurava apenas vingança», uma vez que tinha sido «condenado por ele», posição que «o juiz-desembargador aceitou sem reservas», criticando o facto de não ter sido obtido qualquer testemunho.

Face à decisão da Relação de Évora, que não admite recurso, Aragão Correia observou que vai continuar a defender Leonor Cipriano, mas vincou que não estará presente nas próximas sessões do julgamento de actuais e ex-inspectores da PJ, que se retoma terça-feira, no Tribunal de Faro.

«Continuarei a representar Leonor Cipriano, neste julgamento, por escrito. E comparecerei, sem reservas, na audiência final para alegações finais», salientou o advogado, que, no requerimento enviado para a Relação de Évora, defendeu que Henrique Pavão «tem afectado irremediavelmente a produção de prova da acusação, anulando-a quase por completo».

Como exemplo, Aragão Correia aludiu ao facto de apenas um dos 40 requerimentos apresentados «até ao momento» (o da audição da directora do Estabelecimento Prisional de Odemira, onde Leonor Cipriano cumpre pena) ter sido aceite e rejeitou todos os outros.
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