PGR vai abrir inquérito a empresa de alegado burlão português - TVI

PGR vai abrir inquérito a empresa de alegado burlão português

Empresa opera um alegado esquema fraudulento em pirâmide e cujo presidente, Rui Pires Salvador, está já sob a mira das autoridades espanholas

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A Procuradoria-Geral da República disse hoje à Lusa que o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) vai "instaurar um inquérito" relativamente à LibertaGia, empresa presidida por um português, que opera um alegado esquema fraudulento em pirâmide.

"Face à factualidade noticiada, foi determinada a transmissão das notícias publicadas ao DIAP de Lisboa para instauração de inquérito", respondeu a Procuradoria-Geral da República à agência Lusa, sem adiantar mais pormenores, depois de questionada sobre se estava a decorrer um inquérito pelo Ministério Público à atividade da LibertaGia, após a Polícia Judiciária ter confirmado uma investigação.


A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar a LibertaGia, uma empresa que opera um alegado esquema fraudulento em pirâmide e cujo presidente, Rui Pires Salvador, está já sob a mira das autoridades espanholas, disse hoje de manhã à Lusa fonte oficial da PJ.

“Deu entrada recentemente um processo que se encontra em investigação sobre o qual não é possível prestar esclarecimentos”, disse hoje a Polícia Judiciária.


Nenhuma destas duas entidades respondeu à Lusa sobre se recebeu queixas de alegados burlados portugueses, a quantidade das mesmas, o número de envolvidos, o valor da eventual burla, colaboração com as autoridades espanholas ou diligências já efetuadas, nomeadamente em território português.

Leia mais: vítima conta como foi enganada por português burlão


Também a associação de defesa de consumidores Deco adiantou à Lusa ter recebido dezenas de queixas de pessoas que se sentiram lesadas pela empresa, que promete um serviço remunerado a 350% por ano.

A Lusa noticiou na segunda-feira que a Justiça espanhola está a investigar o português Rui Pires Salvador por este alegadamente ter burlado centenas de milhares de pessoas num esquema piramidal que ascende a mais de mil milhões de euros, citando um representante dos lesados.

"Temos dados provisionais que nos indicam que existem entre 1,8 e 3 milhões de pessoas afetadas em todo o Mundo. Só em Espanha serão cerca de 250 mil pessoas", adiantou à Lusa, em Madrid, Antonio José García Cabrera, responsável jurídico do escritório Lemat Advogados, que representa até ao momento 500 pessoas.


Estas pessoas alegam que puseram dinheiro na empresa de Rui Pires Salvador, a LibertaGia, para poderem aceder a um serviço remunerado a 350% por ano.

Em Espanha foi já criada a Plataforma de Afectados de LibertàGià (www.afectadoslibertagia.com), que reúne um conjunto de afiliados da empresa com o objetivo de recuperar o seu dinheiro.

A adesão a esta plataforma implica o pagamento de 51 euros para cobrir os gastos da representação legal, a cargo do escritório Lemat Abogados.

Em declarações à Lusa, o responsável jurídico do escritório, José García Cabrera, adiantou que representa, até ao momento, cerca de 500 pessoas, em Espanha, estimando que existam entre 1,8 e 3 milhões de pessoas afetadas em todo o Mundo, as quais cerca de 250 mil espanhóis.

A notícia de que a justiça espanhola está a investigar o português Rui Pires Salvador por burla foi divulgada no fim de semana pelo jornal espanhol El Pais.
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