Bombeiros queixam-se de Proteção Civil ter reduzido meios de combate - TVI

Bombeiros queixam-se de Proteção Civil ter reduzido meios de combate

  • VC
  • 8 out 2017, 20:02
Jaime Marta Soares

Presidente da Liga de Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, lembra que já se antecipava um mês de risco. Há vários fogos preocupantes, sobretudo o de Pampilhosa da Serra

O presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, acusa as autoridades de proteção civil de terem reduzido os meios de combate aos incêndios, ainda para mais quando se antecipava que outubro fosse um mês de risco. Este está a ser um fim de semana duro, com vários incêndios preocupantes e por dominar há mais de um dia.

[Em causa está a redução] de 85% dos meios [humanos e materiais] de combate aos incêndios na passagem da fase Charlie para a fase Delta, determinado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), quando a Liga defende uma redução entre os 30 e 40 por cento”.

A fase Charlie de combate aos fogos terminou a 30 de setembro e a fase Delta dura o mês de outubro.

Jaime Marta Soares lamentou, nas Caldas da Rainha, que não tenha havido “um planeamento como devia ser”, nem “uma prevenção estratégica”. Lembrou que a Liga alertou que “não pode existir uma décalage tão grande da fase Charlie e a fase Delta”, cita a Lusa.

O país está a passar por uma situação gravíssima de destruição florestal”

Porém, apesar dos alertas, “o país está arder, os incendiários estão à solta” e “os responsáveis têm que prestar contas”.

O presidente da Liga de Bombeiros foi muito crítico da atuação das autoridades, a propósito da tragédia de Pedrógão Grande, em junho. Marta Soares disse que a tragédia "podia ter sido evitada". e acusou a Proteção Civil de impor uma "lei da rolha"

Várias críticas à Proteção Civil e ao Governo

Marta Soares apresentou hoje a sua candidatura a um terceiro mandato à frente da LBP e apontou o dedo ao comando da ANPC e “ao Governo que o nomeia”.

[Desafio] cada um a fazer a leitura das suas responsabilidades, perante o autismo absolutamente censurável e a preocupação economicista, num país onde há [dinheiro] para tudo menos para as estruturas de proteção civil”.

Certo de que, no combate aos incêndios que este verão assolaram o país, “os bombeiros cumpriram a sua missão” e de que, se falhas houve, se devem “ao comando que tem saído da ANPC “, Jaime Marta Soares defendeu várias mudanças:

  • a alteração da organização daquela estrutura;
  • a implementação de uma direção nacional de bombeiros autónoma, independente e com orçamento próprio;
  • a independência das associações de bombeiros face ao poder político;
  • a revisão da lei do financiamento das associações;
  • um aumento do Fundo de Proteção Social do Bombeiro, entre outras medidas.

Jaime Marta Soares candidata-se a um terceiro mandato à frente da LBP, defrontando o comandante José Barreira Abrantes nas eleições para os órgãos sociais que se realizam durante o 43.º congresso nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses, que vai decorrer entre 27 e 29 de outubro, em Fafe.

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