Este ano vão ser libertados mais seis linces ibéricos - TVI

Este ano vão ser libertados mais seis linces ibéricos

  • CM
  • 2 fev 2018, 09:09
Crias da fêmea de lince ibérico Lagunilla, maio de 2016

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas faz balanço positivo dos três anos da libertação dos primeiros animais, período em que nasceram 16 crias

Três anos depois da libertação do primeiro casal de linces ibéricos em Mértola, Beja, o Instituto da Conservação da Natureza considera o balanço positivo, mas destaca que a estabilização da população só será conseguida a médio prazo.

Em comunicado, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) adianta que até 2017 foram libertados 27 animais, tendo sido tecnicamente iniciado o processo de reintrodução da espécie.

Nestes anos, nasceram 16 crias no Vale do Guadiana, indica o Instituto, que anuncia que em 2018 serão libertados mais seis animais.

De acordo com o ICNF, dos linces reintroduzidos, uma fêmea morreu em março de 2015 envenenada, e outra em 2016 com uma doença infeciosa de felinos. Já em 2017, morreu o primeiro macho jovem atropelado e a coleira emissora de uma terceira fêmea apareceu cortada a sul da área de reintrodução, ainda que o corpo do animal nunca tenha chegado a ser encontrado.

Em nenhum dos processos em que houve investigação judicial se chegou a conclusão sobre as autorias dos atos ilegais, mas a mortalidade, no conjunto dos três anos, é considerada baixa”, é indicado.

Quanto ao balanço da reprodução dos animais, o ICNF diz que é “bastante positivo, tendo em conta que os animais quando são libertados, têm cerca de um ano de idade, sendo ainda imaturos”.

O ICNF revela também que já nasceram 16 crias no Vale do Guadiana e através de monitorização de câmara fotográficas há informação de que se encontram saudáveis e independentes.

Há ainda a assinalar a presença de dois linces que dispersaram da área de Doñana até ao vale do Guadiana, comprovando a conexão efetiva com Espanha”, adianta o ICNF, acrescentando que “atualmente os territórios destes animais abrangem cerca de 125 quilómetros e distribuem-se em três concelhos: Mértola, Serpa e Castro Verde, no distrito de Beja”.

O ICNF assinala também que o sucesso da reintrodução do lince está ligado à elevada abundância de coelho-bravo naquela área.

Para este sucesso, segundo o Instituto, contribuiu também o projeto “Recuperação Histórica do lince Ibérico em Espanha e Portugal”, cofinanciado pela Comissão europeia e que reúne 22 parceiros, dos quais cinco são portugueses: ICNF, Associação Iberlinx, EDIA, Infraestruturas de Portugal e Câmara Municipal de Moura e que tem permitido levar a cabo ações de maneio do habitat.

O ICNF adianta também que está prevista este ano a libertação de seis animais para reforçar a população do Vale do Guadiana, sendo que um dos machos, denominado Oregão, foi libertado a 23 de janeiro.

A 16 de dezembro de 2014 dois linces, uma fêmea e um macho de nomes Jacarandá e Katmandú, foram transportados até Mértola onde, num evento público, foram libertados num cercado de adaptação.

Este cercado permitiu aos dois animais aclimatarem-se e estabelecerem uma relação entre si (…). No entanto, foi apenas a 2 de fevereiro de 2015 que as portas do cercado foram abertas e os animais puderam sair para o meio natural, vindo a estabelecer território nas imediações."

O ICNF salienta ainda que “o risco de extinção do lince-ibérico é hoje considerado, globalmente, menor e a União Internacional para a Conservação da natureza reavaliou, em 2015, o estatuto da espécie classificando-a como “em perigo”.

 

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