Em quase dez anos de funcionamento, mais de 2,3 milhões de portugueses recorreram à Linha Saúde 24, que foi recentemente objeto de polémica, particularmente entre o Bastonário da Ordem dos Médicos e o Diretor-geral de Saúde.
Os dados divulgados esta terça-feira mostram que são encaminhadas para as urgências 20% das pessoas que recorrem a esse serviço telefónico, que atendeu mais de sete milhões de chamadas em dez anos.
Segundo uma nota da Direção-Geral da Saúde (DGS), diariamente são atendidas 2.600 chamadas.
Um estudo recente citado pela DGS refere que são encaminhados para as urgências hospitalares cerca de 20% dos cidadãos que contactam a Saúde 24, enquanto que, cerca de 30% recebem a indicação para autocuidados.
Segundo explicou à Agência Lusa o coordenador da linha, o enfermeiro Sérgio Gomes, os restantes casos correspondem a pedidos de informação ou a situações em que é dada indicação para os utentes serem observados nos cuidados primários de saúde.
Inverno traz maior procura
Cerca de metade da atividade do centro de atendimento Saúde 24 realiza-se entre as 17 e as 02:00, bem como aos fins-de-semana: "períodos em que os utilizadores, para avaliação do seu problema de saúde, têm como resposta, maioritariamente, os serviços de urgência”, refere Sérgio Gomes.
A DGS frisa ainda que a procura se intensifica no inverno, representando mais de 40% da atividade anual.
Os utilizadores mais frequentes pertencem aos grupos até aos 10 anos de idade e dos 25 aos 44 anos. As mulheres e os residentes nas grandes cidades do litoral estão também entre os que mais contatam a Linha Saúde 24.
Segundo a nota da DGS, os idosos estão a utilizar mais a Linha Saúde 24 e representam atualmente 17% do total dos utilizadores.