SNS24 atendeu este ano mais 1,5 milhões de chamadas do que em 2019 - TVI

SNS24 atendeu este ano mais 1,5 milhões de chamadas do que em 2019

  • .
  • AG
  • 7 ago 2020, 12:21
Linha Saúde 24, agora SNS 24

Governo investe 36,7 milhões na linha SNS24 nos próximos três anos

A linha SNS24 atendeu nos primeiros sete meses do ano perto de 1,5 milhões de chamadas, um número que ultrapassou o total das realizadas em 2019, segundo um balanço divulgado esta sexta-feira pelos Serviços Partilhados do Ministério da saúde.

Segundo o “balanço da Atividade da Linha SNS24 2017 – 2020”, foram atendidas, em 2017, 864.939 chamadas, número que subiu para 1.200.171 no ano seguinte e para 1.485.808 em 2019.

Nos sete primeiros meses do ano (até 31 de julho) foram atendidas 1.494.928 chamadas, uma média de 4.095 por dia, no Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde, coordenado pelos Serviços Partilhados do Ministério da saúde (SPMS).

Uma fonte dos SPMS adiantou à Lusa que a situação da pandemia da Covid-19 fez “aumentar bastante” o volume de chamadas para o centro do contacto.

Fizemos em seis meses mais do que tínhamos feito no ano anterior”, disse a mesma fonte, adiantando que nos meses de março e abril, durante o “estado de emergência”, muitas das chamadas realizadas para a linha eram para esclarecimentos de dúvidas sobre a covid-19.

Segundo os dados avançados à agência Lusa, o serviço de triagem realizado por enfermeiros reencaminhou 30.488 utentes para áreas dedicadas à covid-19 nos cuidados de saúde primários e 83.631 para serviços de urgência hospitalar com esta valência.

A maioria (131.823) ficaram em autovigilância em casa, segundo orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), que criou algoritmos específico para orientação dos doentes infetados com o vírus SARS-Cov-2, que causa da doença covid-19.

Os dados mostram que as triagens realizadas pelos enfermeiros ao longo dos últimos três anos, que envolvem avaliações clínicas, têm vindo a aumentar de ano para ano.

Assim, em 2017 foram encaminhados 688.736 utentes para vários serviços, número que subiu para 867.180 em 2019 e para 1.051.574 em 2019.

Este ano, foram encaminhados 985.781 utentes para o Centro de Informação Antivenenos (CIAV), centros de saúde, Instituto Nacional de Emergência Médica (INE) e serviços de urgência, mas também para ficarem em autocuidados, indicam os dados da SMPS.

No dia 01 de abril, arrancou o serviço de aconselhamento psicológico dedicado a utentes e profissionais de saúde. Até 05 de agosto, recebeu 27.118 chamadas, das quais 24.846 de utentes e 2.272 de profissionais de saúde.

Foi também disponibilizado no ‘site’ do SNS24, a 21 de abril, um novo canal de acesso para cidadãos surdos, através de ferramenta de videochamada, em articulação com o Instituto Nacional para a Reabilitação.

Desde 21 de abril até 5 de agosto deste ano, realizou 559 atendimentos por um intérprete de língua gestual portuguesa a cidadãos surdos, dos quais 267 se referem a triagens.

De acordo com a SPMS, os atendimentos através de intérprete de língua gestual portuguesa a cidadãos surdos, estão também disponíveis para cidadãos surdos que necessitem de mediação no Serviço Nacional de Saúde (centros de saúde e hospitais).

O Portal do SNS 24, lançado em janeiro de 2019, teve nesse ano 1.455.792 utilizadores e este ano, até 05 de agosto, 4.730.105, representando um crescimento superior a 900% em relação período homólogo”, refere a SPMS, adiantando que os conteúdos informativos do âmbito Covid-19 já sofreram mais de 60 atualizações.

O serviço “Avaliar Sintomas”, que permite ao utente fazer uma avaliação dos seus sintomas ou de outra pessoa, foi utilizado por 33.499 utentes em 2018 e este ano por 380.184.

Considera-se que a adesão a este serviço foi bastante significativa, uma vez que o volume de ativações nos primeiros seis meses de 2020, foi de mais de 1 milhão e 800 mil vezes, tendo o algoritmo COVID-19 registado mais de 485 mil utilizações”, sublinha.

Quanto aos recursos humanos, a SPMS refere que o número de enfermeiros “é dinâmico”, em função da procura, tendo passado de menos de 1.000 para cerca de 1.400 no pico da pandemia.

Neste momento, conta com 1.006 enfermeiros, que trabalham em turnos de quatro a oito horas, e tem ainda disponível uma bolsa de recurso, ativada sempre que necessário, de mais 326 profissionais de saúde.

Governo anuncia investimento

O Governo vai investir 36,7 milhões de euros no centro de contacto do SNS24 para manter a dimensão e capacidade de atendimento conseguida durante a pandemia, afirmou hoje a secretária de Estado Adjunta e da Saúde.

O contrato a lançar este ano, que vigorará pelos próximos três anos, representa “um reforço de 10 milhões de euros face ao valor do anterior”, declarou Jamila Madeira aos jornalistas após uma visita ao centro de contacto do SNS24, em Lisboa.

O investimento vai ser aplicado também em novos serviços, na adoção de ferramentas de inteligência artificial e em canais mais modernos – não apenas telefónicos – de atendimento aos utentes, e para tornar definitivos serviços como o atendimento em saúde mental, criado durante o período do confinamento imposto pela covid-19.

O responsável pela linha SNS24, Luís Goes Pinheiro, afirmou aos jornalistas que com a pandemia deste ano, a procura da linha cresceu 75 por cento. Se não fosse a pandemia, estima que essa procura teria crescido 40%.

O que queremos que aconteça neste novo contrato é que esse crescimento continue e que o SNS24 se consagre definitivamente como a primeira porta de entrada no Serviço Nacional de Saúde”, declarou.

Salientou que o que o serviço precisa é de flexibilidade e “este contrato procurará garantir essa flexibilidade” para responder a picos de procura, que “acontecem de forma inesperada”, como demonstrou a pandemia da covid-19.

Se for preciso abrir um novo centro de contacto, que seja aberto. Se for preciso alargar os recursos existentes, que isso aconteça. Se for preciso ter operadores que estejam em plantão de emergência, que estejam”, indicou.

Jamila Madeira precisou que numa semana, durante a pandemia, a capacidade de atendimento de chamadas em simultâneo aumentou de 200 para 2000.

Foi o maior esforço tecnológico que alguma plataforma passou no nosso país. Em uma semana, em plena atividade, sem paragens, mantendo um nível de resposta adequado aos utentes. O que se estabiliza é esse esforço tecnológico e a sua manutenção”, referiu a governante, salientando que a capacidade ganha não foi “um pico” mas que será para manter.

Através do SNS24, os utentes são atendidos ou encaminhados para o serviço de que precisam, podem marcar teleconsultas ou ter acesso à linha de atendimento psicológico.

Essa linha será um dos serviços a manter, assegurou, acrescentando que outras formas de contacto entre os profissionais de saúde e os cidadãos poderão surgir, dentro das limitações que os serviços à distância têm.

Luís Goes Pinheiro afirmou que com o novo contrato, o Serviço Nacional de Saúde terá “uma porta – o SNS24 – cada vez mais ampla”.

Não é apenas o canal telefónico que nos preocupa, mas a simbiose entre os canais digital e telefónico”, referiu, salientando que o principal é que, qualquer que seja a forma de contacto, “a experiência de serviço seja sempre a mesma”, mesmo em linhas que começaram mais recentemente como a linha de atendimento a surdos.

Jamila Madeira afirmou que “não há paralelo” com a linha SNS24 na união europeia, onde outros países que tiveram “mecanismos deste género para apoiar [o combate] à pandemia usaram múltiplos canais para múltiplas respostas” que em Portugal se conseguiram com apenas um canal.

Mais ainda, tendo esse canal sofrido uma adaptação em processo de emergência. É durante a pandemia que este escalar de capacidade de resposta acontece e é nesse contexto que agora a queremos manter com toda a sua robustez”, disse.

Goes Pinheiro referiu que nos últimos três anos, a linha SNS24 atendeu “mais de cinco milhões de chamadas e dessas, quase um milhão e meio foram atendidas durante o ano de 2020, o que demonstra bem o salto qualitativo dado durante este ano”.

 

Continue a ler esta notícia