Padre pede fim urgente da «peste» da austeridade - TVI

Padre pede fim urgente da «peste» da austeridade

Padre Lino Maia

Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, Lino Maia, alerta para colapso de algumas organizações

O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), padre Lino Maia, considerou esta quinta-feira urgente acabar «com a peste» da austeridade, advertindo que há muitas instituições sociais a «colapsar» face ao aumento de casos de pobreza.

Lino Maia foi um dos oradores das Jornadas Parlamentares do PS em Oeiras, que terminam na sexta-feira em Sintra.

Num discurso forte e muito aplaudido pelos deputados socialistas, o padre Lino Maia apresentou um panorama sombrio sobre a atual situação social portuguesa.

«Temos de acabar com a peste da austeridade. O Estado ou é social ou não precisamos do Estado para nada», disse, defendendo «sobriedade» na definição das políticas para o país.

O presidente da CNIS referiu que as instituições de solidariedade social dependem em 42 por cento das receitas do Estado e em 58 por cento de receitas próprias e da filantropia, que na atual conjuntura de crise tem vindo a diminuir.

«Estas instituições não produzem riqueza para mais tarde investir. Se agora estão a ser forçadas a recorrer ao crédito para fazer face à procura, é quase certo que no futuro não terão capacidade financeira para pagarem as suas dívidas», sustentou o presidente do CNIS, antes de deixar mais avisos ao poder político.

«Ou há uma solução radical [para as instituições de solidariedade social], ou teremos um setor a colapsar. Até agora não tem havido instituições a encerrar a sua atividade, mas há muitas com graves problemas financeiros e a empurrar as suas dificuldades com a barriga», avisou.

Em outro ponto do seu discurso, o padre Lino Maia elogiou a ação do ex-ministro socialista Vieira da Silva.

De resto, o mesmo fez logo a seguir Rui Duarte, da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), ao referir à ação política da ex-ministra da Saúde e presidente do PS, Maria de Belém, considerando-a «uma amiga dos diabéticos portugueses».

Rui Duarte traçou também um quadro preocupante sobre o rápido ritmo de aumento de casos de diabetes, quer em Portugal, quer nos restantes países ocidentais.
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