Chiado: «Fizeram-se algumas asneiras na reabilitação» - TVI

Chiado: «Fizeram-se algumas asneiras na reabilitação»

  • Redação
  • Joana Ramos Simões da Agência Lusa
  • 25 ago 2008, 09:49
Incêndio no Chiado

Vereador recorda o «ataque de choro» que teve durante o incêndio. Ainda hoje não acredita que a zona seja reabilitada

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O incêndio do Chiado criou no vereador da Câmara de Lisboa, na altura presidente da autarquia, Pedro Feist, a sensação de que «a cidade nunca conseguiria ter Baixa», impressão que mantém vinte anos depois.

«Foi uma dor terrível, como lisboeta e responsável pelos comerciantes [na altura presidia a uma associação]. Fiquei com a sensação que nunca conseguiríamos reabilitar a vida daquela zona» contou Pedro Feist à agência Lusa.

«Vinte anos depois ainda não há soluções à vista que me permitam ter algum optimismo», disse.

A 25 de Agosto de 1988, dia em que o Chiado ardeu, Pedro Feist ocupava as funções do presidente, Nuno Krus Abecassis, que se encontrava de férias.

«Estava em Lisboa sozinho com o Vasco Franco, do PS. Enfrentámos o problema todo sozinhos, da madrugada até ao início da tarde, altura em começámos a conseguir contactar os outros vereadores e o presidente», recordou Pedro Feist, relembrando o «ataque de choro» que teve a determinada altura.

Além de lisboeta e membro do executivo camarário, Pedro Feist era também comerciante, com negócios montados na zona onde ocorreu o incêndio.

«Uma das minhas empresas, uma loja de desporto na Rua do Carmo, desapareceu logo. As outras empresas estavam na Rua da Anchieta, de onde o incêndio se aproximava rapidamente. Eu não sabia se a minha vida profissional iria arder toda», lembrou.

Pouca esperança na reabilitação da zona

Olhando hoje para o Chiado, Pedro Feist ainda está «pouco optimista com a hipótese de recuperação da zona que sofreu uma mutilação muito severa».

«Fizeram-se algumas asneiras na reabilitação, que criou uma separação completa entre Chiado e Baixa. Antes do incêndio estava tudo integrado, depois separaram-se as zonas. Começou a debandada de tudo o que era património histórico a nível de comércio e prestação de serviços», defendeu.

O vereador sem pelouro eleito pelo «Movimento Lisboa com Carmona» não vê «hipótese encorajar o tecido comercial a voltar a ocupar a zona».

O encerramento, recentemente, da Loja das Meias, no Rossio, foi mais um dos momentos que provocou uma «dor de alma» em Pedro Feist. «São pedaços de nós que se vão embora».
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