Cidadãos falaram para cabines - TVI

Cidadãos falaram para cabines

  • Portugal Diário
  • Maria João Fernandes
  • 19 jun 2007, 23:24
[arquivo] Lisboa

Registaram queixas e sugestões. Trânsito e poluição preocupam lisboetas

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«Um dia por Lisboa - Fazer e não fazer» deu mote à iniciativa realizada esta terça-feira por um grupo de lisboetas, independentes às candidaturas de Lisboa, com o objectivo de lançar novas ideias e soluções para a capital.

Na sessão de cidadania, onde intervieram várias personalidades da área da arquitectura, cultura e história da cidade destacaram-se a presença de cabines. Cabines onde qualquer cidadão comum podia reivindicar, frente a uma câmara, o que ainda falta fazer em Lisboa.

«Cidadãos não são ouvidos»

«Acima de tudo falta haver diálogo entre os habitantes da capital e os governantes», disse ao PortugalDiário José Silva Pinto, 77 anos de idade, morador na capital há 23. Para o membro de um grupo de cidadania «é necessário que o cidadão seja ouvido para que se possa fazer mais e melhor pela cidade».

A falta de conservação dos espaços públicos e a «quase inexistência» de espaços verdes na capital incomodam o lisboeta, que já escreveu cartas à Câmara Municipal para obter respostas sobre estes problemas.

«Faltam espaços para andar a pé»

Para o Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles a questão da organização do espaço público é igualmente uma «preocupação» que se levanta em Lisboa, que «está asfixiada por espaços urbanos e onde faltam construir passeios, jardins e espaços onde se possa andar a pé», salientou.

Cristiana Bastos entrou na cabina acompanhada pelo filho, de 6 anos, que também teve uma palavra a dizer sobre o sítio onde mora. A poluição na cidade é uma das questões que mais preocupa a lisboeta. «Falta oxigénio, mais limpeza dos espaços públicos, menos poluição a nível de transportes». Já Frederico confessou que queria que houvesse «menos ladrões» na cidade que o vê crescer.

Menos trânsito: mais qualidade de vida

A questão ambiental é, sobretudo, um dos problemas para quem vive e trabalha na capital. A qualidade do ar tem efeitos na saúde pública e o médico de clínica geral Carlos Silva sublinhou os seus perigos. «Numa discoteca a concentração de tabaco é maior que a poluição registada na Avenida da Liberdade», exemplificou.

Reduzir os gases atmosféricos em 10 por cento já ajudaria a «amenizar e evitar muitos problemas de saúde pública», frisou o médico.

José Guimarães, há 20 anos a morar em Lisboa, também quis dar uma palavra pela cidade. Iniciativas como a de hoje «são de louvar», ressalvou. Mas para quem deixou o Estoril devido ao trânsito, a capital «continua a não ser a melhor opção». «Por mais túneis que se façam no Marquês há e vai haver cada vez mais trânsito», referiu.

A sessão «Um dia por Lisboa» prosseguiu pela noite dentro, no Teatro São Luiz, contando ainda com a participação de Miguel Sousa Tavares e António Barreto, entre outras personalidades e cidadãos anónimos que discursaram em prol da capital.
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