Discotecas lisboetas Jamaica, Tokyo e Europa mudam-se para o Cais do Gás - TVI

Discotecas lisboetas Jamaica, Tokyo e Europa mudam-se para o Cais do Gás

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  • 26 fev 2021, 19:46
Cais do Sodré

Os clubes noturnos vão sair da rua Cor-de-Rosa e mudar-se para os armazéns junto à estação fluvial, no Cais do Sodré. A reabertura está prevista para o final do ano

Os históricos clubes noturnos lisboetas Jamaica, Tokyo e Europa vão deixar a Rua Nova do Carvalho, no Cais do Sodré, e mudar-se para o ribeirinho Cais do Gás estando a reabertura prevista para o final de 2021.

Da chamada rua Cor-de-Rosa, os três clubes, fechados desde março de 2020 devido à pandemia de covid-19, mudam-se para o quarteirão atrás da estação de comboios do Cais do Sodré e ao lado da estação fluvial, recuperando armazéns frente ao Tejo e reativando o universo notívago de Lisboa.

O anúncio foi hoje feito através de comunicado por parte das três míticas casas da noite lisboeta, que reconhecem que vão ter “espaços maiores, melhores e mais seguros”, garantindo ainda a “personalidade musical única de cada” espaço.

A era do Cais do Gás sucede à do Sodré. O perfil dos clubes continuará sólido: os clássicos da 'pop-rock' no Jamaica, concertos no Tokyo e a música eletrónica no Europa. A inauguração é no final do ano”, pode ler-se no documento.

Termina assim, no ano em que o Jamaica faz 50 anos, um longo processo que teve início em outubro de 2015, depois de uma denúncia do contrato de arrendamento por parte dos senhorios.

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Publicado por JAMAICA LISBOA em Sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Os espaços continuaram, apesar de tudo, a funcionar até março do ano passado, depois em dezembro de 2018 terem tido a garantia de que teriam um novo espaço disponibilizado pela Câmara Municipal de Lisboa (CML).

Hoje foi então conhecido que o processo resulta de um protocolo com a autarquia proprietária dos armazéns, que se localizam em terrenos da Administração do Porto de Lisboa.

Os projetos de arquitetura e as obras são custeados exclusivamente pelos três clubes e, de acordo com o documento, a este investimento na recuperação de propriedade camarária acresce o pagamento à CML de uma renda.

A autarquia beneficia, em valor patrimonial e em verba, de uma cifra de 2,3 milhões de euros”, pode ler-se na mesma nota.

As obras arrancam em meados de março, estando previsto terminar em novembro deste ano. A área bruta é de 675 metros quadrados, dividida em partes iguais (225) pelos clubes. As lotações máximas permitem 309 clientes no Jamaica, 235 no Tokyo e 322 no Europa.

A inauguração está prevista para os últimos dois meses do ano, em data dependente das regras de salvaguarda da saúde pública.

Tudo isto é positivo: coloca-nos na área designada pela câmara para a animação noturna. Temos pena de deixar aqueles outros espaços, porque fazem parte da história de Lisboa, mas a história vai continuar no Cais do Gás e estamos contentes por isso”, afirma Fernando Neto Pereira, sócio das estruturas donas do Tokyo e Jamaica e arquiteto que assina os projetos.

Por seu turno, Pedro Vieira, co-proprietário do Europa, com Paulo do Carmo, sublinha a outra vantagem da nova localização: “aproxima mais as pessoas do rio e isso é uma coisa boa”.

“Os três clubes completam-se bem: conseguimos ser um todo que é muito mais que a soma das partes. Somos uma oferta consistente e forte”, frisou.

Os espaços vão enriquecer o Cais do Gás, onde já existem o B.Leza, desde 2012, e o Titanic Sur Mer, desde 2015, não esquecendo o pioneiro Bar do Rio, na década de 90.

O Tokyo e o Jamaica vão ter entrada pela Rua da Cintura do Porto de Lisboa através de um pátio murado ao ar livre. Esta área dá admissão separada aos espaços interiores.

O pátio funciona também como 'lounge' e serve iniciativas várias, culturais e promocionais.

O acesso ao Europa faz-se pela via ao lado do parque de estacionamento da estação fluvial, enquanto na fachada frente ao Tejo funcionará, em períodos específicos, uma esplanada.

De acordo com os responsáveis, o mítico Jamaica continuará a ser o lugar por excelência para dançar ao som dos grandes temas da 'pop', do 'rock' e do 'reggae', com todos os nomes fortes da música das décadas de 60-90.

O acréscimo da lotação é significativo, mas a área acessível é adaptável para que, nos dias de semana com menor afluência, continue a ser o espaço acolhedor a que todos estão habituados, explica o comunicado.

O palco do Tokyo, "maior, expansível e tecnicamente dotado do melhor equipamento de som e luz”, irá garantir um dos “mais impecáveis espaços de música ao vivo" em Liboa, com uma plataforma pouco elevada e a acústica estudada de forma a conservar “a intimidade do antigo palco com que público e bandas vibravam”.

A programação irá continuar a destacar músicos jovens, oferecendo uma base única para se lançarem junto da audiência da cidade, abrindo a pista de dança após os concertos.

Quanto ao Europa, seguirá a “missão de diversidade enquanto um dos clubes 'underground' mais respeitados do continente”, com a pista de dança também a aumentar, bem como o 'lounge'.

O prédio onde estes espaços se encontram, na Rua Nova do Carvalho (a chamada Rua Cor de Rosa) foi vendido pelos cerca de 30 proprietários a uma imobiliária, que, por sua vez, o revendeu a um grupo hoteleiro francês.

Os bares e discotecas encontram-se encerrados desde março de 2020, alguns dias antes de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter decretado o estado de emergência devido à pandemia de covid-19.

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