Incêndio: fachadas dos prédios serão alvo de obras - TVI

Incêndio: fachadas dos prédios serão alvo de obras

Incêndio em prédio na Avenida da Liberdade

Operação vai ser realizada pelo proprietário revelou o vereador do Urbanismo na Câmara de Lisboa

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As fachadas dos edifícios 29 a 33 afectados pelo incêndio da Avenida da Liberdade, na capital, serão alvo de obras de consolidação, a cargo do proprietário, revelou esta quarta-feira o vereador do Urbanismo na Câmara de Lisboa, escreve a Lusa.

A vistoria realizada aos vários edifícios afectados pelo incêndio de domingo concluiu pela necessidade de obras de consolidação das fachadas dos edifícios 29 e 33, que não apresentam, contudo, «riscos de colapso», afirmou o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS).

O autarca falava durante a conferência de imprensa que se seguiu à reunião do executivo municipal.

«A operação vai ser realizada pelo proprietário, que hoje mesmo nos enviou por fax uma carta em que assume o compromisso de dar seguimento ao trabalho de consolidação das fachadas, indicando já as empresas que vão fazer esses trabalhos», afirmou.

O fundo Libertas indicou que a empresa Pertis fará a avaliação das obras necessárias que serão executadas pela construtora Teixeira Duarte, precisou Manuel Salgado, acrescentando que a autorização da autarquia a esses trabalhos será dada «de imediato».

O proprietário comunicou igualmente à Câmara que «tem um seguro de responsabilidade civil».

Lisboa: ainda há fumo nos escombros

«Fachada do prédio não corre perigo»

Quanto às causas do incêndio, o responsável do Urbanismo referiu que a autarquia ainda não possui nenhum documento que conclua eventuais origens do fogo.

O executivo municipal aprovou uma proposta do PCP que saúda o «desempenho do corpo de bombeiros e serviços de segurança e protecção civil que intervieram no combate ao incêndio».

A proposta, aprovada com um voto contra do movimento Lisboa com Carmona e uma abstenção do PSD, exige a continuação do «apoio aos moradores dos edifícios vizinhos afectados pelo sinistro, sem prejuízo das responsabilidades do proprietário do edifício onde aquele se desencadeou».

É ainda defendido que se prossiga à «avaliação do parque edificado degradado e devoluto da cidade, quanto à dimensão, distribuição territorial, estado da degradação e de ocupação».

«Cheira a esturro», dizem moradores

A vereadora social-democrata Margarida Saavedra justificou a abstenção a esta proposta afirmando que «os bombeiros foram eficazes e rápidos mas é suposto serem-no».

«Este prédio que ardeu tem um processo há dois anos na Câmara que agora andou porque ardeu. A rapidez com que a Câmara dá resposta a um edifício sinistrado mostra que se calhar vale a pena deitar-lhes fogo», declarou.

O vereador Manuel Salgado tem vindo a explicar que o proprietário efectuou em 2005 um pedido de emparcelamento e em 2006 deu entrada um projecto arquitectónico que a autarquia ainda não licenciou devido à falta de um documento a entregar pelo promotor.

A vereadora do movimento Cidadãos por Lisboa Helena Roseta sublinhou a «concentração elevadíssima de prédios devolutos na zona da Baixa e frente ribeirinha» e afirmou entender que «esta matéria merecia uma estratégia aprovada em Câmara e não apenas indicações de um vereador [Urbanismo] aos serviços».

O vereador do Bloco de Esquerda José Sá Fernandes afirmou que «o problema dos devolutos tem de ser encarado de frente» e defendeu que o actual executivo tomou medidas nesse sentido, a começar pelo levantamento daqueles prédios (cerca de 4600).
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